segunda-feira, 16 de julho de 2007

O Aborrecimento Supremo


Não sei quanto a vocês, mas pra mim não existe nada mais aborrecido do que Supermercado com locutor fazendo ofertas relâmpago.

O EXTRA daqui de Santos tem uma dessas criaturas dando plantão dia e noite. É insuportável. O infeliz fala como o cretino do Sílvio Santos. Pelos cotovelos, claro. Tira qualquer um do sério. Como gosta de um microfone o filhadaputa. Já reclamei com o gerente. Deu em nada, o Cu de Tropa (obrigado Taturana Pai) continua lá, a postos. Pelo visto, faz parte do "marketing" da casa esse tipo de ação promocional desagradável. Daí, decidi não pisar mais naquele lugar. Decidi isso faz tempo. E tenho cumprido à risca, mesmo trabalhando 3 dias por semana bem ao lado.

Mas hoje, a minha "futura patroa", que está em férias, precisou comprar um presente para uma amiga dela, que deixou uma lista de presentes justamente no EXTRA -- coisa de pobre deixar lista de presentes no EXTRA, mas enfim... --, e lá fui eu, corajosamente, ainda que a contragosto, para mais uma visita àquele lugar detestável, de arquitetura escrotésima -- obra resultante da união das mentes doentias do Sr. Armênio Mendes (o Donald Trump daqui) e do Sr. Abílio Diniz (o Donald Trump daí).

Mas confesso que a minha coragem durou pouco. Foi só o locutor soltar a voz e começar a tentar vender computadores semi-obsoletos com monitores vagabundérrimos a preços aparentemente vantajosos para os otários presentes ao recinto, que eu comecei a ficar violentamente irritado. E havia algo de homicida na minha irritação. Pensei em pelo menos 12 maneiras bem cruéis de acabar com a raça do infeliz, e mesmo assim não consegui acalmar. Foi quando senti aflorar o Norman Bates que existe em cada um de nós -- o que é péssimo, pois tenho verdadeiro horror ao estilo de Norman Bates, perfiro mil vezes o Dr. Hannibal Lecter, este sim um psicopata com P Maiúsculo.

Well, depois de uma hora e meia vagando naquela pocilga -- minha "futura patroa" estava indecisa sobre o que escolher, e no final das contas, numa atitude sábia, porém irritante, acabou não escolhendo coisa alguma, e preferiu procurar um presente melhor em algum outro lugar minimamente decente --, fomos embora, e, assim que chegamos ao cruzamento da Avenida Ana Costa com a Francisco Glicério, e eu pude respirar aliviado, já a uma distância segura do EXTRA, é que eu senti o que é a insuportável leveza do ser. Nada como o alívio depois de uma experiência verdadeiramente assustadora.

So... se vocês, assim como eu, tem verdadeiro horror a essas criaturas repulsivas que falam pelos cotovelos, que vivem ardentes casos de amor com suas próprias vozes, que jamais resistem a um microfone, que habitam supermercados e bingos, e que -- como se tudo isso não bastasse -- ainda acham que o ouvido alheio é privada, aqui vai a dica:

Fujam do EXTRA de Santos.

Aquilo é mais insalubre que kryptonita!

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Meu caro Manuel o que se depreende de tão lastimável episódio é que a patroa está a precisar de um corretivo sem ter tempo a perder.
Eu que já tive como ganha-pão a árdua tarefa de aconselhador de casais, recomendo:
Ao chegar a casa, dá-lhe de sopetão um grito espantoso na cara: -EXTRA!
E concomitantemente prega-lhe uma bordoada ao pé do ouvido.
Difícil é acreditar que após tal tratamento volte a ter o desplante de fazer-te passar por tal desgosto.
Se ficares só aos mimos, bens sabes que irás acabar por estragar a gaja.

4:40 PM  
Blogger Manuel Mann said...

Obrigado Joaquim Lacan

Seguirei vosso conselho

Saudações vulcanas

10:46 PM  

Postar um comentário

<< Home