quarta-feira, 24 de maio de 2006

Ximbica

No último domingo fui ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, Cumbica (que, não por acaso, é sinônimo de cachaça), buscar umas amiguinhas que voltavam de uma feliz temporada pelo sul da França. Rapaz, como é feio aquilo (o aeroporto, não o sul da França). Faz jus à jecaria que é esse Bananão de meu Deus. Está lá no site deles: “por todos os cantos em que se olha, nota-se capricho e esmero em sua manutenção, se transforma (N.E.: notem a construção da frase) num verdadeiro cartão de visitas do Brasil e orgulho dos brasileiros”. Sei, sei... Fui fazer um pipi logo que cheguei e, pra meu espanto, o banheiro tem o “capricho e o esmero” de banheiro de birosca de periferia, ou de rodoviária, por aí. Aliás, a arquitetura em tudo lembra uma rodoviária. Deu saudade da bossa art decor de Congonhas.

Mais aborrecimento

Entrei numa das bancas que vendem cigarros, pedi um Malboro. A bibinha do caixa me informa que não tem. Onde posso encontrar? “Em nenhum lugar, senhor”. Isso mesmo: o maior aeroporto INTERNACIONAL do Brasil não vende Malboro, o cigarro mais vendido do mundo, só os mata-ratos da Sousa Cruz. Fazer o quê? Fui de Camelo.


Mais jecaria

Entrei numa loja da doçaria Brunela, pedi um café pra mim e uma bomba de chocolate para uma amiga. A mocinha do caixa, muito bem treinada pelo RH, me olha com desprezo e dispara: “não é bomba, senhor, é éclair de chocolate”. Cuma? “...é, todos pedem bomba, mas o que nós temos é éclair.” Tá, manda o éclair. Minha curiosidade a respeito do que seria um éclair é saciada quando a mocinha me entrega o doce e descubro pasmo que éclair (raio, em francês) é...uma bomba de chocolate. Eu fico imaginando o marqueteiro, iluminado, dizendo: “gente, nós temos que difereciar nosso produto. Bomba de chocolate é muito comum. E, sobretudo em tempos de PCC, 'bomba' carrega uma conotação muito negativa, entende?”

Nessas horas tenho a nítida impressão de que o Bananão pode até crescer e virar potência. Mas nunca, nunca deixará de ser jeca. Eita, nóis...