quinta-feira, 8 de junho de 2006

Horta de Luzia Revisited

Pois, eis que abro o livro com a antologia d'O Pasquim e me deparo com um meio-jogo-meio-memorias escrito por Ivan Lessa (e respondido por Ziraldo) cujo objetivo é jogar lembranças no papel. Uma microbiografia focada não no biografado, mas nos fatos comuns aos seus conterratemporâneos.
Vou começar o jogo e convido vocês (colaboradores ou comentaristas) a me seguirem:

Lembro das revistas "Careta" que meu pai colecionava, o panelaço pelas diretas e a morte do Tancredo "narrada" por aquele porta-voz barbudo. Drops Chu-cola no cine Indaiá ou no Alhambra. Cheiro de chá na casa da vó com as tias conversando e apertando a bocheca. Também na casa da vó, inverno com sol, formula-1 e amendoim. Pantera cor-de-rosa nofim da tarde e na sequência a versão em desenho de "A volta ao mundo em 80 dias". O Sr. Phileas Fogg era um leão. O cheiro de "média" quentinha ao voltar da padaria (média santista = pãozinho). Pular o muro da casa pra pegar carambola, acordar mais cedo pra ver o primeiro Show da Xuxa. Voltar da escola a pé pela praia em dias cinzas conversando com o melhor amigo. Ter vergonha do uniforme da escola. Tomar lanche na parte de cima do Eldorado e na saida enfiar a mão no saco de feijão a granel que ficava bem embaixo daqueles lustres-bola dourados. Mascar muitos ping-pongs para colecionar as figurinhas com tranfix da copa de 86. Ficar ansioso para encontrar aquela menina da escola no bailinho e dançar meia música com ela. Ficar feliz a noite inteira por isso. Comer o sorvete de maçã verde do tubarão no Manolo depois da praia.


Depois eu continuo. Agora são vocês.

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Passar a madrugada jogando Alex Kid no Master Sistem. Passar um dia inteiro montando uma casa gigante de Lego. Assistir Mundo de Beackman e depois Confissões de Adolescente na Cultura. Esperar até tarde meu pai chegar do trabalho. Viajar com meus avós para o sítio, acordar às 6 da manhã pra comer amora no pé e ficar vendo o João de Barro limpar o ninho. No fim da tarde, ainda no sítio, brincar de polícia e ladrão com minha irmã e minha prima e, antes de dormir, brincar de mês. Fingir que eu ia viajar pra Paris e ficar falando com sotaque. Chorar de pena quando a Laurinha de Albuquerque Figueiroa morreu (sim, eu chorei). Andar de bicicleta e patins na rua de casa. Sentar atrás do menino que minha amiga gostava e ela atrás do que eu gostava. E ficarmos uma agitando o cara pra outra. Tomar raspadinha na praia. Decolar de avião e ver as coisas diminuiiiindo. Amassar a massa de pão para minha avó assar. Comer páprika schinitzel no Jucalemão e sempre sujar a roupa. Comer polenta no Braseiro e sujar a cara toda. Ouvir o melhor jogador de futebol da classe dizer “Eu e a Natália contra a rapa”. Aprender a tocar violão. Descobrir os Beatles. Descobrir o Legião Urbana. Descobrir que é uma bosta. Ver o cara de quem eu gostava dedicar uma música pra mim no festival de rock do colégio.

4:06 PM  
Blogger Leonardo said...

Esqueceu do gosto das gotinhas da vacina contra pólio e do cheiro da sala do piano da casa da tia Ligia.

1:34 PM  

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