quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Drama da vida na fossa II


- Crêêêêidi! Ô Crêidi! Cê taí?
- Tô aqui, Cida, danu lavagi pu porco.
- Ôx! Di quem é esse porco?
- É nosso. Antôin ganhô di Seu Tião. Nóis vai cumê ele no natal.
- Eita, Crêidi! Arruma uma perna pa mó deu cumê mais o Valmí?
- Pó tirá os óio, minha fia, que vem as famia de Antôin tudinho aqui passá o natal cu nóis.
- Vix Maria, muié! Larga mão di sê ruim!
- Ruim... ruim... E quem qui trazeu jabuticaba da Sta Rosa, hein, Cida? Num mi déru ninhuma pa mó deu chupá. Cê é qui é ruim e... Eita porra, Cirçu! Qui beréba feia da gota é essa, muléqui?
- Grita não, Crêidi. Isso aí tá parecenu tomor.
- Qui disgracêra é essa?
- Sei não. Mais têm qui ispremê.
- Eu vô é tirá na agúia.
- Tá, mais dispois cê isprêmi. Dexá bicho aí drento é pirigoso. Das veis, desce pus bago. Podi inté morrê. Fi de Mád Dirce morreu di tomor tamém.
- Ave! Crédo, Cida! Eu vô é tirá na faca quenti. Aí pronto. Mata tudo.
- Mais isprêmi tamém, Crêidi, qui é mió.
- Ô, Cirçu! Tá choranu pur mó di quê? Fica aí se alambuzanu no chiquêru du porco, agora güenta. Ondi cê vai, Cirçu? Vorta aqui, muleque dus inferno! Cê vai vê quanu eu ti pegá, lazarento!