Apoiou, tá nas bancas. Com tudo pago!
Ano passado, pouco antes da reeleição do Presidente Didi Mocó, o comentarista Reinaldo Azevedo anunciou que a revista Primeira Leitura, de oposição ao Governo Federal, para a qual colaborava, estava com os dias contados. Motivo: asfixia financeira. Não entrou em maiores detalhes, mas ficou mais ou menos claro que os patrocinadores da revista haviam sido convidados por forças mais ou menos ocultas (leia-se José Dirceu) a se desinteressar repentinamente por ela.
Mês passado, a revista digital NoMínimo foi obrigada a sair do ar, por conta de uma não-renovação de contrato com a Brasil Telecom e o Portal IG. Curiosamente, essa não-renovação de contrato aconteceu misteriosamente no momento em que NoMínimo estava batendo recordes de acessos diários, O que teria motivado a Brasil Telecom e o IG a se livrar de sua galinha dos ovos de ouro assim, sem mais nem menos? Quem sabe tenha sido o fato de NoMínimo ter pelo menos cinco colunistas puro sangue contrários ao Governo Didi Mocó -- Marcos Sá Correa, Villas Boas Correa, Tutty Vasques, Ricardo Setti e Guilherme Fiúza --, contra um único e solitário Ricardo Kotscho -- escriba pangaré ex-integrante do primeiro escaláo do primeiro Governo Didi Mocó...
Por mais que possamos dizer "tudo bem, essas coisas acontecem, fazem parte do jogo", o fato é que existe uma contrapartida muito cruel a esses malogros editoriais anunciados ocorridos nesses últimos anos. É que essas crises de asfixia financeira passam longe da chamada "imprensa de esquerda brasileira", que consegue viver momentos gloriosos nos dias atuais, com tiragens cada vez mais expressivas, ainda que com os mesmos leitores de sempre -- talvez até menos leitores do que tinham antes,
Como explicar essa estranha equação? Fácil. São publicações bancadas por Institutos, que recebem (muito) dinheiro da Petrobrás, Banco do Brasil, CNPQ, Correios, etc. e o transformam em material doutrinário para dar um pouco de verniz intelectual aos "companheiros" -- isso quando eles não estão se empanturrando de torresminhos e cachaça barata nos arredores das Universidades ou na Cantina do Zelão, lá na bucólica São Bernardo do Campo.
É impressionante como elas proliferam: todo mês aparece uma nova publicação do gênero nas bancas, sempre subvencionada por algum órgão governamental, sempre com altas tiragens, e sempre com distribuição nacional.
Passando pela banca aqui em frente de casa hoje de manhã, vejo ao lado da Piauí desse mês -- que não tem a ver com esse fenônemo editorial que acabo de relatar -- o número um da edição brasileira do LE MONDE DIPLOMATIQUE. Pensei com meus botões: "enfim, uma publicação de esquerda de respeito, que ensine a essa gentalha que edita Caros Amigos e Fórum Brasil como se se comportar por escrito". Na capa, destaque para uma entrevista com Noam Chomsky, o esquerdofrênico número um da América, que estava no ostracismo há anos, e voltou forte graças à estupidez, à obtusidade e à Política Externa cretina da Administração George W. Bush. Mais apelativo, impossível.
Saí procurando nas páginas seguintes da edição brasileira do LE MONDE DIPLOMATIQUE por alguma referência ao Governo Didi Mocó em alguma das matérias publicadas. Achei uma só, num artigo sobre "os novos ventos que sopram na América Latina". Nenhum artigo específico dando apoio à atual turma de Brasília. Também nenhuma palavra contra. Depois ainda dizem que tucano é que gosta de ficar em cima do muro. Procurei por anunciantes. Nenhum. Apenas a Petrobrás, na contracapa. Comme il fault...
Mas então, olhando o expediente da revista, levo um tapa: lá estão os logos do Governo Federal e da Lei de Incentivo à Cultura, expostos com todas as honras, junto com o logo da Petrobrás. Ou seja, mais uma vez nossos impostos bancam mais uma aventura editoriai da iniciativa privada voltada para um pequeno segmento de público, na maior cara de pau. E o que é pior: com a chancela do Ministério da Cultura, isso apesar da revista ter um único artigo relacionado com cultura em seu índice, sobre "a nova literatura indiana".
É de doer: nem na França o LE MONDE DIPLOMATIQUE conta com a apoio do Ministério da Cultura. Até porquê não é, e nunca pretendeu ser, uma revista de teor cultural. Mas aqui, tudo bem. Aqui vale tudo com as verbas públicas. Afinal, foi para poder fazer esse tipo de putaria que o PT detonou com a Lei Rouanet, n'est-ce pas?
Esta é a República Sindicalista do Presidente Didi Mocó, que diz que "não admite que brinquem com a democracia", mas que segue seu caminho sabotando publicações contrárias a seus interesses e "incentivando" qualquer modalidade de imprensa chapa branca que tope se esconder por trás de algum Instituto ou ONG, para receber gordas mesadas de setores ligados ao Palácio do Planalto. Quer coisa melhor? A direção francesa do LE MONDE DIPLOMATIQUE deve estar dando gargalhadas a esta hora. De todos nós, claro ...
C'est le Paradis, le Brésil!
14 Comments:
você parece um homenzinho politizado!
Caro anônimo,
Eu sou Manuel Mann, e você não é!
Mostra para ele o homenzinho politizado, Manuel, que ele cai de boca.
Este comentário foi removido pelo autor.
Melhor não, caro antônimo de viado anônimo.
Ele vai gostar, e aí nunca mais vai me deixar em paz.
Isso já aconteceu antes, sei bem como é.
Melhor deixar o homenzinho politizado bem guardado.
ha ha...
ho ho...
O meu vão pro msn.
Caro anônimo: se sua pretensão é encher o saco do Chiquinho(tudo bem!)...liga pra casa dele,mas deixe ele continuar postando por aqui,gostamos muito do que ele escreve.
Quem é esse guy defensor.
???????????
O palhaço, já começa que tu é covarde que é anônimo, e mais, vai tomar no cú
só se for com você.
_Caro anônimo, voce não tem a menor ideia do que estas propondo.!
Postar um comentário
<< Home