quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Por Quem Choras, Camilo?

Comandando o zap descontrolado do controle da TV, parei naquela entrevistadora-cabeça-simpática, como é o nome? Marília Pêra? Marília Medagila? Sei lá, uma Marília, aí... Do outro lado da mesa, um ressentido duble de ator e poeta (uh!), Gero Camilo. Dei uma googlada no cara e comecei a entender o porquê de tanto ressentimento.

O rapaz é rato de cinema nacional. Seus papeis: nordestino pobre e oprimido (Madame Satã, Narradores de Javé, Abril Despedaçado); traficante pobre e oprimido (Cidade de Deus); presidiário pobre e oprimido (Carandiru); interno de hospício pobre e oprimido (Bicho de Sete Cabeças). Ah, e na sua breve carreira internacional, virou peneira, metralhado por Denzel Washington em Man on Fire (Chamas da Vingança), onde fazia o papel de – adivinha o quê – um seqüestrador cucaracha pobre e oprimido.

Papagaio! Isso não deve ter feito bem pro sujeito. Não é à toa que o ator/poeta (ai!) só fez reclamar na conversa com a entrevistadora-cabeça-simpática. O chororó de sempre: ninguém quer editar o livro dele, o cinema nacional precisa de incentivo, o teatro nacional precisa de incentivo e o livro “nesse país” é um artigo muito caro (não é, não – mas isso é outro assunto). E chora, e chora, e chora...

Na mesma entrevista, o poetator (ui! ai!), tiririca com tanta pobreza e opressão, cita uma Carta Manifesto de sua lavra (é incrível como essa gente se amarra num manifesto) enviada para o Luiz Schwarcz, dono da Companhia das Letras, em que diz entre outras coisas que a Companhia das Letras, por não ter editado seu livro, “hoje não passa de letras sem companhia” (é, meu chapa, o cara é poeta, né?). O que nos leva a crer que o pobre e oprimido Camilo não conseguiu editar seu livrinho, certo? Errado. O cara editou o livrinho, sim, por uma editora independente dessas que tem nome indígena e vendeu pacas, segundo o autor/ator que, nesse momento da entrevista, faz cara de modéstia (falsa)-pobre-e-oprimida.

Depois diz também que tá fazendo um sucesso danado com a peça dele, baseada em seus textos (sei não, mas algo me diz que o nordeste pobre e oprimido é o cenário de seus escritos).

Então, presta atenção: o cara vende um porrão de livros, faz um sucesso danado com suas peças e filmes, e reclama mais do que pobre na chuva. Da pra entender? Desconfio que aquela tristeza toda se dá pelo fato de o poeta/ator, um cara tão sensível, faturar em cima de tanta pobreza e opressão, será? Não sei.

O que sei é que parece que a entrevistadora-cabeça-simpática, (Marília de Dirceu?) entendeu o sofrimento do rapaz, coitado – fez cara de dozinha e encerrou a entrevista pedindo uma frase ao entrevistado que, de bate-pronto, mandou uma tão profunda, mas tão profunda que acabei esquecendo. Vou ver a reprise. Depois eu conto.

10 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Mais chato q ver a entrevista foi ler esta porra.
E vc faz o q além de torrar o culhão dos leitores?
Marília Gabriela é simpática...
Se liga peidalhão.

10:48 PM  
Anonymous Anônimo said...

Mostra a sua cara, vingador mascarado covarde, esculhambar assim não tem graça!

1:46 PM  
Blogger Leonardo said...

Pera lá, Zuleica! Não podemos culpar o vingador, provavelmente pobre e oprimido, pelos "problemas do sistema". E pelo menos ler "Peidalhão" é muito mais divertido do que ler qualquer poeta "pobre e oprimido".

4:57 PM  
Blogger Taturana Pai said...

Taí, Leão, também gostei de "peidalhão".

6:47 PM  
Anonymous Anônimo said...

Seus peidalhões!

7:06 PM  
Anonymous Anônimo said...

Zuleica, sua ira irracional é justificável. É foda ser a última da chamada a vida toda.
Vingador Mascarado mostrar a cara é demais! O Zorro, não tirava a máscara nem para fuder.
Mulherzinha, mulherzinha
Teu lugar é na cozinha!
-Zuleica, traz um cafézinho para D.Clotilde, traz...
Não é perfeito?

10:31 PM  
Anonymous Anônimo said...

Seu comentário sexista foi um tanto insensível. Você sabe muito bem que lugar de mulher não é só na cozinha. Tem também o tanque e a tábua de passar.
Outra coisa, usar máscara tudo bem. Agora, usar máscara e defender a Marília Gabriela ao mesmo tempo é algo altamente chabisguela. E dizem que Zorro sentava mais que cachorrinho de madame treinado.
Além disso ser o penúltimo da chamada (antes apenas da Zuleica) não o coloca em posição (opa!) de fazer galhofa da última colocada.
Se não fosse sua grande contribuição para o nosso dicionário de palavras de baixo calão (Peidalhão é sensacional) eu teria que te defenestrar. Assim que o senhor tirasse a máscara.
Zuleica, não se deixe abalar por um anônimo.

10:01 PM  
Anonymous Anônimo said...

Em primeiro lugar o Zorro é um pobre cucaracho, a versão paraguaia ou mexicana, uma merda assim, do único e legítimo VINGADOR MASCARADO, herói com decisiva participação na vitória dos alidados na segunda guerra mundial. Tão secreto que não apareceu na tv, como o viadinho do Zorro, mas só agia através das ondas do rádio nos anos quarenta.
Marília Gabriela é uma legítima
PEIDALHOA. (fem. de Peidalhão).
que também se aplica à Zuleica e à mãe de vocês todos.
Outras contribuições vernaculares virão no momento oportuno.

11:31 AM  
Anonymous Anônimo said...

Digo e repito: é tudo peidalhão!

12:31 PM  
Blogger Olivia said...

Taturana Pai, só quero que você me diga porque livro não é caro.
pô, eu sou pobre e oprimida, nunca consigo comprar livro!

O post é ótimo. Vingador Mascarado merece metralhada na cara por ser fã de "marília de dirceu".

7:21 PM  

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