sábado, 26 de maio de 2007

Drama da vida na fossa (Episódio VI)

- Cirçu! Ô Cirçu! Cadê ocê, abestadu? Ah, ce taí, praga. Larga essas minhoca i sai da terra, infiliz! Rencapadrentumá banhu pa módi qui nóis tem casamentu hoje. Anda, pésti! Seu pai feiz o banhêru novim pa nóis si alimpá. Tem inté privada. Rêeem caaaaa fi dua égua!
- Crêidi! Posso oiá o seu banhêru?
- Chega aqui, Cida. Oi qui beleza. Tem inté privada.
- I pra quê qui servi?
- Pra fazê as necessidadi, ôx. Aí dispois ce puxa essa cordinha aqui, ó... e fica tudo limpim.
- Eita! O Elim (Hélio pequeno) bem qui pudia fazê um ingual pa nóis.
- Agora vô tuma banho nu chuvêru. Pódi? To chique, minha fia. Vô limpinha nu casamentu.
- Ôx, Crêidi! Quem qui casa hoji?
- Marinêidi, fia do Zé Arruela. Sabia não?
- To doida! Vai casá cum quem?
- Valmí.
- Ah, Crêidi, aí tem coisa. Casá rápido ansim... sei não...
- Tão falanu qui ela imbarrigô.
- Eita bicanca!
- É, minha fia. E Valmí vai assumi marrupai é Zé Arruela mêmu.
- Válami Deus, Crêidi! Aqueli safadu pegô a própia fia? Tadinha...
- Tadinha nada. Aquela lá bem qui gosta.
- Ôx, Crêidi!
- Pó perguntá pra mádi Zefinha, si eu to mintinu. Traiu a mãe, aquela quenga.
- Óia. Ninguém nem mi convidô pru casório, mais tamém nem ia querê i. Uma sérvengonhici dessa... Deus castiga, viu?
- Qui nada, Cida. O tio di marinêidi mandô matá uma vaca e valmí comprô foi trinta caxa di tubaína. Acha qui eu vô perdê? Vô é dá banhu ni Cirçu qui Antôin já ta cheganu. Té mais, Cida.
- Té mais.
- Ciiiirçu! Ah, meu deus du céu, sai di drenda privada qui num é ansim, muléqui dus inferno!

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Genial!!!!!

11:16 AM  

Postar um comentário

<< Home