Pimentinha II
Querido Manuel Mann,
Antes de mais tudo gostaria de dizer como foi bom ouvir alguém desmitificar (sem S mesmo) nossa querida Hélice Regina - apelido que lhe fora dado por Nestor de Holanda pela sua mania de cantar rodando os braços.
O mito Elis é um saco. Mesmo que ela fosse a maior cantora do Brasil, essa unanimidade irritante de boteco-da-vila madalena-ao-som-de-andança-e-ou-travessia me faz querer saltar durante duzentos e trinta e oito anos de cima de uma pérgola com uma bigorna amarrada no polegar esquerdo. Fico com uma raiva fudida.
Porém existem duas injustiças em suas palavras.
Primeiro
Joyce, Maria Bethânia, Gal Costa gravaram péssimos discos na década de 80 (a Gal fez um bom disco em 81 mas depois esticou a má fase até os anos 90, então dá na mesma). Aliás, se você me disser um disco de um único artista não underground dos anos 80 que valha mais do que uma pequena audição no iPod a caminho de algum lugar e acompanhado de uma ótima leitura, eu lhe dou toda a minha coleção de figurinhas do Ploc Monsters.Não, Chico, os anos 80 não foram bons pra ninguém. Nem o hitmaker Paul McCartney, nem Steve Wonder, nem o albino Hermeto enxergou mesmo muito bem.
Enfim, devido a isso, acho que Elis tinha chances de se regenerar. Só não deu tempo da gente saber.
Segundo
Agora eu já começo a me sentir mal. Porque o César Camargo não faz meu estilo. Sua chatice só é comparável à de mestres como Ivan Lins, Guilherme Arantes ou (tá bom, tá bom) Oswaldo Montenegro. Mas mesmo assim vou defende-lo.Sim, ele se esconde atrás de uma pseudo-sofisticação e o resultado é aquela coisa sem sal, insípida, inodora e incolor. Mas é aí que a coisa fica interessante. Ao juntar essa correção com a ginga do Simonal, nós temos aquele gostinho Agridoce Lennon&McCartney. E Elis quando conseguia mostrar o seu melhor era de arrasar e quebrava toda a caretice do nosso amigo. Engraçado que quando eu digo "o melhor de Elis" quero dizer justamente quando ela ficava mais contida (ao contrário do que acreditam os mais impressionáveis, mais preocupados com malabarismos que com canções). O problema é que seu temperamento forte se refletia em suas músicas, se transformava em interpretação exagerada. Quem nunca sentiu a famosa Vergonha Alheia (VA) ao se deparar com seu solo no final da sublime Águas de Março? (dá, Zaziza, Dá, Zazaziza...etc). Portanto, César não é o gênio que pintam, mas também está longe de ser o Roberto de Carvalho da Elis. O cara teve suas boas fases (a pilantragem com Simonal, o disco da Elis de 1973..) É uma mala bem menor. E não tem alça, mas tem uma rodinha pequenininha lá no fundo.
Pois é, Chiquito, você há de concordar que pode ter exagerado um pouco. Acho que essas homenagens devem ter lhe afetado. Como eu estava de férias passei bem longe delas.
Isso não quer dizer que eu não concorde com a sua lista de piores discos (não só concordo, como acrescentaria algumas músicas de outros discos mais antigos). Eu também não acho a Elis a maior cantora do Brasil, apenas uma grande cantora que nos deixou grandes gravações de grandes canções em uma galáxia muito distante.
Sem mais,
Um beijo do "sobrinho",
Filipe
Para ler o post do chiquinho clique aqui.
13 Comments:
Esse negócio de falar mal dos anos 80 é um lugar comum do caralho!! As outras "queridas" décadas também tiveram chatices ináudiveis completamente datadas! No meu singelo entender a tecnologia é a culpada do "timbre" dos 80 e aí sim, nesse quesito, essa tal década realmente é de doer. Mas era o caminho, foi necessário; algo certamente foi aproveitado. Se não me engano o 1º dos mulheres negras é de OITENTA e 9, não é? Sub tocava na cultura FM, rádio que nunca foi underground. Os mulheres não são frutos do OITENTA? Jesus não tem dentes no país dos banguelas é um disco ruim? O titãs dos OITENTA é muito melhor que o de hoje!!! Os paralamas gravaram selvagem, cê já ouviu? Pode até não gostar, mas é inegável que o disco é interessante. E o the police, não lançou a maior parte dos seus discos nos OITENTA?
Paul simon, phill collins, devem ter alguns bons discos desse período. Pena não estar agora em casa para dar uma fuçada nos discos e ser mais preciso!! Ah, tenha dó, e me dá aqui essa coleção de figurinhas ploc!!!!!!!!
A chatice do jessé, do oswaldo montenegro, do guilherme arantes, não são fruto dos OITENTA. Quem é chato hoje o é por causa do tempo em que vive? Esses caras sempre foram e continuam sendo autores de obras chatas! Se quiser, te pago pra ir num show do oswaldo montenegro pra você confirmar, mas tem que ficar até o final!!!!
O que será que a Elis estaria gravando hoje? Prefiro pensar no que os Beatles estariam fazendo e não acho que seria muito melhor que a bosta chata e velha dos Stones em Ipanema (ou foi Copacabana). Viva a morte precoce do "artista", salvadora da sua obra e da vergonha na sua velhice (caso continue "artista")!!!!!!
E outra, eu ainda prefiro a maria rita à wanessa camargo. E foda-se tudo isso!!!!!!!!!!
Fui limado dos "contributors"?
Você que já nasceu Lima, não foi limado, não. É apenas um pequeno problema no blogger.
Mas deveria, por causa desse coment tão indelicado! Aiaiaiaiai!
Amigão, você confundiu as bolas:
Os anos 80 foram uma bosta, sim. É uma decada yuppie e careta. Como hoje também é uma bosta, os anos 60 eram uma bosta, anos 70 era uma bosta. Todas as decadas são feitas de aborrecimento.
O The Police que você mencionou, é a cara dos anos 80: correto, bacaninha e sem um pingo de sal. Os Titãs tiveram bons momentos mas nunca um disco inteiro que você consiga ouvir sem pular aquelas 2 ou 3 faixas (provavelmente do Arnaldo Antunes). O Paralamas é Ok, também tem seus altos e baixos. Os Mulheres Negras eram Underground - e eu deixei claro que underground não valia - e não me venha falar que eles tocaram na rádio que isso não quer dizer nada. Ainda mais uma rádio underground dos anos 80. Além do que, 1989 já é praticamente começo dos noventa. Os timbres dos anos oitenta são ruins não por problemas técnicos e sim esteticos. Quem já ouviu B-52 (essa sim uma boa banda dos 80) sabe do que eu estou falando. Mas o que eu quero dizer é que a gente não julga uma década pelas suas excessões e sim pela impressão que ela nos deixou. E vivam os preconceitos!! Viva Cacilda Becker!! Viva Cacilda Becker!! - Eu fiquei comprometido de dar esse viva aqui. Não tem nada a ver com vocês.
Mas vamos seguindo, o assunto Oswaldo Montenegro e cia. não têm nada a ver com os anos 80 e sim com a malas sem alça (reparou que eu separei os assuntos?).
E tem mais, amigão, e se você falar mal dos Stones mais uma vez, aí sim você vai ser limado. Os Stones são foda em qualquer época (menos nos 80) e podem estar babando but THEY STILL ROCK! E tem mais: ISSO NÃO É UMA PORRA DE UMA DEMOCRACIA! Não é legal?
Por essas e outras, você não ganhou a minha coleção de figurinhas do Ploc Monsters
Beijinho do sempre seu.
Filipe
Este comentário foi removido pelo autor.
Este comentário foi removido pelo autor.
Oi Filipe
Claro que você está corretíssimo quanto à Elis e ao César Mariano. Eu é que carreguei demais nas tintas, saí escrevendo com um punhal -- é saudade do Paulo Francis, já faz 10 anos que ele se foi.
Você está certo também em relação aos anos 80. Felizmente, dos 90 para cá, a cena melhorou drasticamente.
No entanto, gostaria de me candidatar à sua coleção de figurinhas dos Ploc Monsters lembrando do disco "Brasil", de João Gilberto (e Caetano e Gil e Bethânia), tão excepcional que nem parece ter sido gravado naquela década.
Beijos do " tio" Chiquinho, para você e para sua jovem senhora (Inês , aqui ao lado, manda beijos também)
Amigão, e o que que os beatles estariam fazendo, heim!?
Você ouve o último dos Stones de cabo a rabo??? Meeeessssmo!?!?
E the police não é sem sal nem fudendo!!!!!Você pode não gostar, mas uma banda que inflenciou tanta gente e fez tanta gente se interessar por outros sons não pode ser considerada sem sal. Mesmo assim, ainda bem que eles acabaram. Pena que outras bandas não.
O titãs tem um monte de discos chatos, mas aquele em especial eu curti, tem muita coisa interessante alí, sonoridades e linguagem incomuns pro pop brasileiro da época. Você não deve lembrar pois devia estar tirando alguma música de algum ex-beatle pra tocar em rodinha de violão e achando tudo uma bosta a sua volta, afinal, tenho certeza, nessa época você já era musicalmente bem dotado e não ía ficar dando mole pra pop brasileiro e pra esse papo idiota de linguagem e sonoridades!!
E o que eu falei sobre timbres e evolução tecnológica não tem nada com limitação, tô falando em caminho, evolução. Tô falando da parte eletrônica, de bateras eletrônicas, teclados e outros nhecos-nhecos da época, que hoje soam muito melhor, pois evoluiram esteticamente amparados pelas novas possibilidades tecnológicas. Pra chegar no que se usa hoje foi preciso passar por aquilo.
E se tudo é bosta, escolha falar mal de outra década, não por mim, que gosto dos 80, mas pelo exercício de mudança, sair do lugar comum, ou então, fala mal do carnaval também!!
Quanto a juntar as coisas, é verdade, você separou e eu nem percebi, foi a vontade de ir contigo num show do oswaldo montenegro!!
Só mais uma coisinha, a Cultura FM (de Santos, viu!!!) nunca foi rádio underground, mas se sua louca tirania assim desejar eu digo que foi!!!
Boa lembrança do B'52! Vou ouvir um disco deles agora mesmo, quem sabe até danço!!!!
...we're in the basement
learning to print ...
(essa também tocava na cultura, porra, até as rádios eram melhores nos OITENTA)
Abração,
do seu fã, [apesar de saber que você ainda adora (uiuiuiuiuiuiui) os stones (é mesmo?)]
Cara, tô adorando conversar contigo!!! Sem ironia.
Hey! Os 80's têm A-ha! Take on me! E, claaaro, Dirty Dance, com Patrick Swayze.
Premê!
underground!
Lua de mel em Cubatão na rádio Cultura FM!!! Balão trágico também!!!
VOCE OITENTA...OITENTA E NÃO CONSEGUE NADA, Ô DECADA BROXA.
Ass:"ANONIMO VENUZIANO".
Postar um comentário
<< Home