segunda-feira, 25 de maio de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
Roll Over Guttenberg, Tell Citizen Kane The News (ou A Morte Anunciada do Papel Impresso)
No final dos anos 90, quando engrenagens como o Napster e o AudioGalaxy Satellite surgiram na Rede Mundial de Computadores, poucos foram os Capitães da Indústria Fonográfica que perceberam que aquilo era o começo do fim das mídias físicas, e o início de uma era pós-industrial para a música gravada.
Não deu outra. Dez anos mais tarde, esses Capitães da Indústria Fonográfica estão quase todos desempregados, e quem mais vende música no mundo inteiro é o serviço online iTunes Music Store, da Apple Computer -- que, diga-se de passagem, nunca precisou se preocupar em monopolizar o mercado, apenas acreditou na falta de visão das gravadoras e na viabilidade comercial do formato mp3 no momento em que ele surgiu. Hoje, colhe merecidamente os frutos desse pioneirismo.
Pois bem, agora é a Indústria Editorial que segue pelo mesmo caminho.
Partindo do pressuposto de que livros, jornais e revistas de papel são antiecológicos -- e, consequentemente, politicamente incorretos --, empresas gigantes de webserviços como Amazon e Google, que muitos julgavam inofensivas até bem pouco tempo atrás, agora começam a botar as manguinhas de fora, e a tirar o sono dos setores mais conservadores do meio editorial.
E a grande revolução no setor chega através do KIndle, o leitor portátil de livros, revistas e jornais eletrônicos da Amazon. Custa algo em torno de 350 dólares, e ainda não caiu no gosto do grande público.
Mas isso deve mudar já nos próximos meses.
Semana passada, todos os editores de jornais e revistas nos Estados Unidos celebraram com bastante estardalhaço a chegada de uma nova geração de KIndles, o Kindle 2, com tela bem maior, adequada à leitura de jornais eletrônicos.
Estima-se que o KIndle 2 deva impulsionar a venda de assinaturas eletrônicas de jornais e revistas para muitos novos usuários, e permita que esses editores de periódicos consigam finalmente sair do vermelho em que estão desde que teve início o colapso comercial de suas edições impressas.
Ou seja, foi a web que levou essas empresas ao buraco. Agora, a salvação para essas empresas vem justamente da web.
Quem apostou que a imprensa escrita e analítica fosse sucumbir em meio a tantos avanços tecnológicos, apostou errado.
Negar o potencial do Kindle e as novas perspectivas que ele abre para o setor editorial é uma atitude tão anacrônica quanto suicida em termos empresariais.
Curiosamente, quem leva vantagem nessa virada de mesa é o consumidor final, que vai poder consumir mais livros, já que os preços tendem a cair vertiginosamente, na medida em que deixam de existir os custos de impressão e de distribuição, que oneram brutalmente o preço final do livro impresso.
Claro que o eventual sucesso do Kindle deve matar boa parte das livrarias que se encontram hoje no mercado, assim como a expansão do MP3 matou muitas lojas de discos. Mas, acreditem, não se perde grande coisa.
Hoje em dia, quase todas as livrarias funcionam da mesma maneira que as bancas de revistas. Recebem todos os livros consignados das editoras. Se vender, vendeu. Se não vender, basta devolver tudo para a editor seis meses depois. O valor do encalhe já vem projetado no preço do livro ao consumidor final, que paga a conta toda sem saber, e nunca teve sequer o direito de contestar o custo abusivo de um livrinho qualquer.
Graças ao Kindle, essa política de preços cruel que vitima o bolso do consumidor final está com os dias contados.
Para se preparar para uma eventual explosão de demanda de livros pelos usuários do KIndle, o Google lançou dois anos atrás a versão beta de sua engrenagem Google Book Search, capaz de acessar gratuitamente versões (em inglês) de mais de 5 milhões de livros, todos de Domínio Público -- ou seja, escritos há mais de 85 anos.
Muitos editores já se renderam às evidências de que o futuro do meio editorial passa necessariamente pelas mãos do Google e da Amazon, e estão digitalizando seus títulos para poder vendê-los em versões eletrônicas assim que engrenagens como o Google Book Search deixem de ser beta (experimentais) e passem a ser alfa (comerciais), cobrando assinaturas ou vendendo downloads de livros completos.
As demais preferem se dedicar à choradeira, pois não conseguem disfarçar o quanto estão inconformadas com a morte anunciada de sua galinha dos ovos de ouro: justamente as obras de Domínio Público, que dispensam pagamento de direitos autorais aos familiares dos autores, e correspondem a 60% do faturamento global do setor editorial.
Bem feito para quem achou que o Google pretendia ser apenas um serviço de buscas enciclopédicas.
Bem feito também para quem subestimou a Amazon, tratando-a como uma uma weblivraria qualquer.
Agora durmam com um barulho desses.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Star Trek, eu vi!
E confesso que fiquei emocionado quando a voz do Sr. Spock (Leonard NImoy) declamou a famosa abertura do saudoso seriado de TV.
Foi a primeiríssima vez que Spock teve acesso ao texto de abertura de Star Trek.
A locução em off de "Essas são as aventuras da nave estelar Enterprise..." sempre foi prerrogativa dos capitães James Tiberius Kirk (William Shatner) e Jean-Luc PIcard (Patrick Stewart).
Mas agora ele pode. Spock virou embaixador da Federação dos Planetas, e está com 132 anos de idade. A trama do filme gira toda em torno dele.
No entanto, esse novo filme da série fica aquém dos 10 anteriores. É tudo Marvel demais e Gene Roddenberry de menos. Muita ação e pouca "space opera". Não machuca, dá pra ver sem susto. Mas ficam faltando as epifanias que davam o tom característico nas diversas séries de TV já produzidas sob o nome Star Trek.
Fora isso, lamentei não terem escalado a Beyoncé para fazer a Tenente Uhura. Ela teria dado um caldão no papel.
É a grande Musa da Era Obama.
Tem as medidas certas para tirar a zica desses 8 anos de Bush/Cheeney.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
domingo, 3 de maio de 2009
As cruzadas de pernas magníficas de Maitê
Bebendo cerveja uma noite dessas com o Fernando Rebello (craque da guitarra, parceiro do João Maria e comandante da Blasfêmia, a melhor banda de rock and roll desta ilha), conversávamos sobre os novos recursos que a TV Digital deve incorporar aos poucos ao dia a dia dos telespectadores, e daí surgiu uma idéia bem legal para um spin-off do programa Saia Justa, da GNT.
A idéia do metaprograma em questão é muito simples: 3 câmeras focalizando apenas Maitê Proença.
Câmera 1 em close-up, que o rosto dela (ainda) merece.
Câmera 2 focalizando a movimentação das pernas dela a partir de uma grua.
E, por último, Câmera 3 no nível do chão buscando planos detalhe nas pernas e nos pezinhos dela, sempre na esperança de captar uma "pala de buça" -- expressão típica daqui da ilha, que significa "flagra ginecológico", muito comum nos cafés filosóficos promovidos do Bar da Porca pelos "scholars" Toninho Cabeleira e Durval Sete Cabeças.
Detalhe importante: as outras 3 participantes simplesmente não dariam "o ar de sua graça" na tela.
Outro detalhe importante: o aúdio poderia ser o do Saia Justa mesmo, só que com as falas da Beth Lago e daquela "filosofazinha sociopata que precisa urgentemente de um cabelereiro" totalmente excluídas.
Pensamos em vários nomes para o metaprograma em questão. Eu, pessoalmente, gosto muito de "Rest In Peace, Cyd Charrisse"
PS: Tá legal, vai...a Mônica Waldwogel pode aparecer na abertura e no fechamento, fazendo um número Sérgio Chapelin no GLOBO REPÓRTER. E é só.
sábado, 2 de maio de 2009
E-mail que enviei para um amigo que escreveu um artigo bem desfavorável ao novo disco do Caetano Veloso, Zii & Zie, em A TRIBUNA
Meu caro, dessa vez vou discordar de você
Ouvi ontem com atenção o Zii & Zie do Caetano e...gostei.
Gostei mais do que do Cê, que me pareceu meio desengonçado na ocasião do lançamento.
Acho legal essa idéia do "work in progress" na estrada, com uma banda de garotos bem talentosos. Funciona bem quando se está experimentando saídas musicais diferentes. Neil Young e Jackson Browne já fizeram discos assim antes, e o resultado sempre foi inusitado e interessante.
Acho que o grande defeito de Zii & Zie é também a sua maior virtude: tudo parece meio inacabado e resolvido da maneira mais simpllificada possível, para que a banda consiga dar conta da canções no palco dentro de suas (muitas) limitações. Um conceito bem rock and roll.
Ou seja, justamente o oposto do que acontecia antes, quando o Jacques Morelembaum podia complicar as coisas à vontade que estava tudo bem, bastava abrir a carteira da Paula Lavigne e colocar 15 músicos no palco para repetir ao vivo o que havia rolado no estúdio e pronto.
Enfim, gostei. Parece o Velvet Underground tocando samba.
Um abraço