sexta-feira, 26 de maio de 2006
Dra. Rachado: "...sniff... Desculpa. É que nove entre dez atores bandidos de cinema me fazem chorar... sniffff..."
O que me incomoda na tentativa dessa gente que quer transformar a última barbárie provocada pelo PCC num novo “111 do Carandirú”, é
menos a canalhice ideológica do que o risco de algum cineasta brasileiro acabar cometendo mais um daqueles filmes-dadinho-é-o-caralho-meu-nome-é-zé-pequeno-porra. Deus me livre.
quinta-feira, 25 de maio de 2006
Quero minha CPMF de volta
O código de defesa do consumidor no Brasil é um dos mais rigorosos do mundo. E o PROCON, mesmo ligeiramente afetado pelos processos burocráticos do nosso Estado, é um dos poucos órgãos públicos que não caíram em descrédito pelos consumidores.
Mas o cidadão deveria ter um código de defesa. Ou melhor, deveria ser criado um código de defesa para o consumidor de produtos e seviços estatais, com um órgão tão competente quanto o PROCON. Assim, toda vez que você usar um hospital público e for mal atendido ou negligenciado, o órgão te devolveria todo o dinheiro dos impostos que você pagou o ano inteiro para poder ter aquele serviço. E, se eles não devolverem, você teria o direito a uma viagem a Brasília pra dar um chute na bunda de cada ministro e um cuspe na cara do presidente. Quem tiver estômago poderá ganhar um boquete da primeira dama, logo depois de uma sessão de botox.
Mas o cidadão deveria ter um código de defesa. Ou melhor, deveria ser criado um código de defesa para o consumidor de produtos e seviços estatais, com um órgão tão competente quanto o PROCON. Assim, toda vez que você usar um hospital público e for mal atendido ou negligenciado, o órgão te devolveria todo o dinheiro dos impostos que você pagou o ano inteiro para poder ter aquele serviço. E, se eles não devolverem, você teria o direito a uma viagem a Brasília pra dar um chute na bunda de cada ministro e um cuspe na cara do presidente. Quem tiver estômago poderá ganhar um boquete da primeira dama, logo depois de uma sessão de botox.
quarta-feira, 24 de maio de 2006
Ximbica
No último domingo fui ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, Cumbica (que, não por acaso, é sinônimo de cachaça), buscar umas amiguinhas que voltavam de uma feliz temporada pelo sul da França. Rapaz, como é feio aquilo (o aeroporto, não o sul da França). Faz jus à jecaria que é esse Bananão de meu Deus. Está lá no site deles: “por todos os cantos em que se olha, nota-se capricho e esmero em sua manutenção, se transforma (N.E.: notem a construção da frase) num verdadeiro cartão de visitas do Brasil e orgulho dos brasileiros”. Sei, sei... Fui fazer um pipi logo que cheguei e, pra meu espanto, o banheiro tem o “capricho e o esmero” de banheiro de birosca de periferia, ou de rodoviária, por aí. Aliás, a arquitetura em tudo lembra uma rodoviária. Deu saudade da bossa art decor de Congonhas.
Mais aborrecimento
Entrei numa das bancas que vendem cigarros, pedi um Malboro. A bibinha do caixa me informa que não tem. Onde posso encontrar? “Em nenhum lugar, senhor”. Isso mesmo: o maior aeroporto INTERNACIONAL do Brasil não vende Malboro, o cigarro mais vendido do mundo, só os mata-ratos da Sousa Cruz. Fazer o quê? Fui de Camelo.
Mais jecaria
Entrei numa loja da doçaria Brunela, pedi um café pra mim e uma bomba de chocolate para uma amiga. A mocinha do caixa, muito bem treinada pelo RH, me olha com desprezo e dispara: “não é bomba, senhor, é éclair de chocolate”. Cuma? “...é, todos pedem bomba, mas o que nós temos é éclair.” Tá, manda o éclair. Minha curiosidade a respeito do que seria um éclair é saciada quando a mocinha me entrega o doce e descubro pasmo que éclair (raio, em francês) é...uma bomba de chocolate. Eu fico imaginando o marqueteiro, iluminado, dizendo: “gente, nós temos que difereciar nosso produto. Bomba de chocolate é muito comum. E, sobretudo em tempos de PCC, 'bomba' carrega uma conotação muito negativa, entende?”
Nessas horas tenho a nítida impressão de que o Bananão pode até crescer e virar potência. Mas nunca, nunca deixará de ser jeca. Eita, nóis...
Mais aborrecimento
Entrei numa das bancas que vendem cigarros, pedi um Malboro. A bibinha do caixa me informa que não tem. Onde posso encontrar? “Em nenhum lugar, senhor”. Isso mesmo: o maior aeroporto INTERNACIONAL do Brasil não vende Malboro, o cigarro mais vendido do mundo, só os mata-ratos da Sousa Cruz. Fazer o quê? Fui de Camelo.
Mais jecaria
Entrei numa loja da doçaria Brunela, pedi um café pra mim e uma bomba de chocolate para uma amiga. A mocinha do caixa, muito bem treinada pelo RH, me olha com desprezo e dispara: “não é bomba, senhor, é éclair de chocolate”. Cuma? “...é, todos pedem bomba, mas o que nós temos é éclair.” Tá, manda o éclair. Minha curiosidade a respeito do que seria um éclair é saciada quando a mocinha me entrega o doce e descubro pasmo que éclair (raio, em francês) é...uma bomba de chocolate. Eu fico imaginando o marqueteiro, iluminado, dizendo: “gente, nós temos que difereciar nosso produto. Bomba de chocolate é muito comum. E, sobretudo em tempos de PCC, 'bomba' carrega uma conotação muito negativa, entende?”
Nessas horas tenho a nítida impressão de que o Bananão pode até crescer e virar potência. Mas nunca, nunca deixará de ser jeca. Eita, nóis...
domingo, 21 de maio de 2006
Grande Personagem da Nossa História
Finalmente o presidente Didi Mocó, aquele, tomou uma atitude madura diante de uma denúncia contra seu governo: disse que a revista Veja é chata, feia e boba. E que o Márcio Aith e Diogo Mainardi têm cara de minhoca azeda.
E ainda dizem que esse Bananão de meu Deus nunca produziu um grande estadista.
Toca pra frente, presidente...
sexta-feira, 19 de maio de 2006
Carreira Solo
Ei ja falei que eu tenho um Blog só meu?
Não que eu vá parar de escrever aqui. Mas é bom diversificar, né mermo?
Além de tudo esse pessoalzinho taturana não me deixa livre pra criar, sabe?
Cada Ego...
Não que eu vá parar de escrever aqui. Mas é bom diversificar, né mermo?
Além de tudo esse pessoalzinho taturana não me deixa livre pra criar, sabe?
Cada Ego...
Ah! Entendi!
Acho que cometi uma injustiça terrível.
Claro que faz sentido.
O Chico Buarque era contra a ditadura, não contra a corrupção.
Claro que faz sentido.
O Chico Buarque era contra a ditadura, não contra a corrupção.
quarta-feira, 17 de maio de 2006
O dia em que Olegário aprendeu a dizer não
Não, a vida não era perfeita. Mas pelo menos ele tinha sua noiva, Amélia. Era isto que Olegário pensava todos os dias ao acordar. Não que ele não agüentasse seu trabalho. Mas Olegário tinha poucas chances de crescimento. Seu temperamento o impedia de alçar vôos mais altos que o de subgerente. Além de tímido, não sabia dizer não. E, por isso, não tinha o menor poder de comando.
A primeira vez que Olegário foi promovido, seus subordinados não se subordinavam. Nem a caixa registradora o respeitava. Todo mundo vinha lhe pedir coisas (vales, uma saidinha que durava tardes inteiras, etc.). Assim, quem dizia “não” era o Gerente, não ele. Olegário, como subgerente, só "cumpria ordens”.
Também era assim na sua vida privada. Sua mãe, seus primos, amigos, viviam lhe pedindo favores – dinheiro, uma ajudinha aqui, outra acolá.
É..., a vida não era perfeita. Mas pelo menos ele tinha Amélia.
Amélia não lhe pedia nada. Só o amava com um amor terno e doce. Amélia era mulher de verdade. Tinha vaidade suficiente para se manter bonita, mas não tanta que a tornasse tola.
Um dia, ninguém sabe bem porquê, Olegário resolveu que ia aprender a dizer não. Pensava: É simples "eneaótil: não". E passaram dias... meses..
- Olegário será que você podia...?
- N... Nnnn... Tudo bem.
- Olegarinho meu amigo....?
- Hum... n.... nmnm... Claro!
Um domingo, Olegário acordou diferente. A madrugada foi agitada, com sonhos estranhos. Acordou suado. Se olhou no espelho e falou: É hoje. Meio tonto, sem entender direito o que fazia, pegou a roupa – que já estava separada em cima da cadeira, no canto do quarto, desde a noite anterior – como ele sempre fazia. Vestiu-se sentindo náuseas e uma estranha felicidade. Mal enxergava o mundo a sua volta. Ao sair de casa, alguém lhe pegou pelo braço. Nesse momento, Olegário ficou na dúvida se estava acordado ou se ainda estava dentro do seu sonho. Em pouco tempo estava em um lugar cheio de flores e de pessoas com umas caras conhecidas. Estranhamente, pessoas de todas as épocas de sua vida popocavam na sua frente. Pensou: acho que empacotei... Mas, não! Havia vida naquilo que ele sentia! Era hoje o dia. Ele ia conseguir. Uma voz que vem do fundo da sua cabeça começa a falar sem parar. O mundo não para de rodar. E a voz não se cala. E o cheiro de flores... De repente o silêncio. Tudo fica no mais completo silêncio. É a hora.
Olegário respira fundo e fala meio para dentro, meio sem pensar: não... NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOO.
O organista para com os dedos no ar entre o lá e o ré menor.
Amelinha, sua noiva, cai numa crise de choro convulsiva e todos em volta começam a cochichar como nos filmes de tribunal, quando sai o veredicto.
O padre faz o sinal da cruz mas Olegário está tão eufórico que nem percebe o que acabou de fazer. O rosto de Olegário teima em mostrar um sorriso abobalhado no canto esquerdo da boca.
O barulho das latinhas se arrastando é a única coisa que se ouve de dentro do Gol 93 que leva Amelinha desconsolada para casa dos seus pais.
E esta foi a última vez que Olegário disse não.
Sabe como é... traumatizou, coitado.
Não, a vida não era perfeita. E sem Amélia, ficou um pouco pior.
A primeira vez que Olegário foi promovido, seus subordinados não se subordinavam. Nem a caixa registradora o respeitava. Todo mundo vinha lhe pedir coisas (vales, uma saidinha que durava tardes inteiras, etc.). Assim, quem dizia “não” era o Gerente, não ele. Olegário, como subgerente, só "cumpria ordens”.
Também era assim na sua vida privada. Sua mãe, seus primos, amigos, viviam lhe pedindo favores – dinheiro, uma ajudinha aqui, outra acolá.
É..., a vida não era perfeita. Mas pelo menos ele tinha Amélia.
Amélia não lhe pedia nada. Só o amava com um amor terno e doce. Amélia era mulher de verdade. Tinha vaidade suficiente para se manter bonita, mas não tanta que a tornasse tola.
Um dia, ninguém sabe bem porquê, Olegário resolveu que ia aprender a dizer não. Pensava: É simples "eneaótil: não". E passaram dias... meses..
- Olegário será que você podia...?
- N... Nnnn... Tudo bem.
- Olegarinho meu amigo....?
- Hum... n.... nmnm... Claro!
Um domingo, Olegário acordou diferente. A madrugada foi agitada, com sonhos estranhos. Acordou suado. Se olhou no espelho e falou: É hoje. Meio tonto, sem entender direito o que fazia, pegou a roupa – que já estava separada em cima da cadeira, no canto do quarto, desde a noite anterior – como ele sempre fazia. Vestiu-se sentindo náuseas e uma estranha felicidade. Mal enxergava o mundo a sua volta. Ao sair de casa, alguém lhe pegou pelo braço. Nesse momento, Olegário ficou na dúvida se estava acordado ou se ainda estava dentro do seu sonho. Em pouco tempo estava em um lugar cheio de flores e de pessoas com umas caras conhecidas. Estranhamente, pessoas de todas as épocas de sua vida popocavam na sua frente. Pensou: acho que empacotei... Mas, não! Havia vida naquilo que ele sentia! Era hoje o dia. Ele ia conseguir. Uma voz que vem do fundo da sua cabeça começa a falar sem parar. O mundo não para de rodar. E a voz não se cala. E o cheiro de flores... De repente o silêncio. Tudo fica no mais completo silêncio. É a hora.
Olegário respira fundo e fala meio para dentro, meio sem pensar: não... NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOO.
O organista para com os dedos no ar entre o lá e o ré menor.
Amelinha, sua noiva, cai numa crise de choro convulsiva e todos em volta começam a cochichar como nos filmes de tribunal, quando sai o veredicto.
O padre faz o sinal da cruz mas Olegário está tão eufórico que nem percebe o que acabou de fazer. O rosto de Olegário teima em mostrar um sorriso abobalhado no canto esquerdo da boca.
O barulho das latinhas se arrastando é a única coisa que se ouve de dentro do Gol 93 que leva Amelinha desconsolada para casa dos seus pais.
E esta foi a última vez que Olegário disse não.
Sabe como é... traumatizou, coitado.
Não, a vida não era perfeita. E sem Amélia, ficou um pouco pior.
Paratodos de Curréoula
De uns tempos pra cá, em conversas informais em mesas de bar, costumava-se dizer que o único cara que nós não nos importaríamos que nossas mulheres tivessem um caso, seria o Chico Buarque. Afinal o cara é escritor, compositor, cantor (?) e ainda tem aqueles olhos azuis (ai, ai...)
Mas como vocês devem saber, quando não é uma coisa é outra coisa. O cara agora diz que vai votar no Lula e deu uma música pro Zezé di Camargo e Luciano gravarem. E ainda vai participar da gravação!
A partir de hoje quero deixar público que pelo menos a minha mulher, está PROIBIDA de ter casos com o Chico.
E tenho dito.
(Aposto que o Tom era quem dava uma força pra ele naquelas musiquinhas)
Mas como vocês devem saber, quando não é uma coisa é outra coisa. O cara agora diz que vai votar no Lula e deu uma música pro Zezé di Camargo e Luciano gravarem. E ainda vai participar da gravação!
A partir de hoje quero deixar público que pelo menos a minha mulher, está PROIBIDA de ter casos com o Chico.
E tenho dito.
(Aposto que o Tom era quem dava uma força pra ele naquelas musiquinhas)
É aqui?
Essa violência tá me assustando. To pensando em me mudar. Só não decidi pra onde. Serra Leoa, Iraque ou Haiti?
sexta-feira, 12 de maio de 2006
O Pior do Bom Humor
Seu mau humor diverte várias gerações de mal-humorados
Há uma confusão na cabecinha dessa menina que estudou administração e acabou de fazer um curso de marketing pessoal. Um dos palestrantes do curso fez umas piadinhas bem no estilo Zorra Total, durante a apresentação e, claro, a sala veio abaixo (os freqüentadores do curso são as mesmas pessoas que choram de rir com as tiradas geniais do Jô, você sabe de quem estou falando).
Então, dizia eu, há uma confusão na cabecinha dessa menina, tadinha. Ela viu aquele cara superengraçado dando “um show” na palestra, e leu no manual do curso de marketing que uma das atitudes fundamentais para seu network é ter senso de humor. Aí, essa menina, que nunca teve senso de humor, pobrezinha, que não tem idéia do que seja um witticism, que nunca passou perto de uma frase do Menken, decide: “a partir de hoje serei uma pessoa humana (sim, ela fala “pessoa humana”) bem-humorada” (fico imaginando a expressão catártica no rostinho iluminado). Claro que ela ficou de bom humor, distribuindo sorrisos e falando que o dia está lindo e fazendo umas piadinhas-zorra-total e muito feliz consigo mesma. Aí é que reside a confusão.
Penso em explicar a essa menina que SENSO de humor não tem absolutamente nenhuma relação com BOM humor. Na maioria das vezes, é o contrário - uma boa tirada, aquela sacada mortal do Evelyn Waugh, não passa de uma reação a algum aborrecimento, uma cusparada de mau humor. Que nos faz rir de nervoso. Pois cê não sabe, menina? - esse mundo é só aborrecimento, pô.
Mas desisto, não adianta. Agora essa menina tá aqui perto me dizendo: “...nossa, o Jô é tudo, né? Sabia que ele fala várias línguas?”. E - ai de mim! - começa a contar aquela “tirada-genial-no-programa-de-ontem”, e a despejar um armazém de clichês, e a matraquear sobre as pessoas que ela admira pelo senso de humor e inteligência. Eu não tiro a cara da tela do computador e respondo espaçadamente com uns grunhidos. Ela pára. Sei o que essa menina tá pensando: “nossa, esse cara não tem o menor senso de humor, credo...”
terça-feira, 9 de maio de 2006
Aborrecimento é...
Você é um repórter e precisa fazer uma entrevista em Espanhol com um funcionário público chileno. O telefone que te passaram está errado. A cidade de Liucura (Você quis dizer loucura. Não se mete, Google. Caralho!!) não está com o DDD correto. Se é que Liucura é uma cidade. Se é que eles chamam aquilo de DDD.
O site da Telefonica não dispõe de todas as cidades.
Então, você pega o telefone e, com muito, muito medo, disca 1, 0 e 2. Uma senhora simpática fala com você, mas não te responde. O ouvido eletrônico só está disponível quando ela pára de falar.
"Diga Outras informações DDD ou DDI." E você diz "Outras informações DDD ou DDI."
"Diga o nome da cidade." Vem a primeira dúvida. Você pensa: "a cidade que eu estou ou a cidade que eu quero o ddd?" e fala "São Paulo."
Aí, a estúpida fala, duas vezes, "O DDD de São Paulo é. Onze. Agradecemos a sua ligação. Para outras informações, ligue 103" Sinal de ocupado.
Já que você chegou neste ponto, não custa tentar. Tira o tel do gancho e 1,0 e 3.
"Disque 1,0,3 mais o código da operadora que você deseja consultar." Sinal de ocupado. Aí você se pergunta quem pode ter um desejo tão esdrúxulo como este?
O telefone sai do gancho pela terceira vez. Com uma certa energia, a ponto de as pontas dos dedos esbranquiçarem a cada pressão nos 1, 0, 3, 1 e 5.
"Digite 1 se você é assinante ou 2 se você não possui linha." Você não é assinante. "Digite 1 para pedir sua linha, 2 para pedir orelhão, 3 para conserto de orelhão." A boca profere palavrões, sem serem chamados, como o pum de um bebê.
Os dedos já entortam e o que era apenas um esbranquiçamento se torna uma gangrena. Agora eu vou no dois. "Digite o número do telefone a ser consultado, com o DDD." E você digita o número da redação. "Digite o CPF do assinante." Você não é assinante. Não sabe o CPF do seu chefe e nem quer saber. 0***###55500###. Pausa. Longa pausa.
"Número inválido. Desculpe, não podemos ajudar." Sinal de ocupado.
Você já está puto da vida. 1, 0 e 2. Agora com um corte e um fratura na falange do indicador.
"Seja bem-vindo. Diga telefone comercial, telefone residencial ou outras informações."
Você só quer falar com alguém. As máquinas não sabem onde fica Liucura, não sabem como procurar o DDD de Liucura, nem sabem que Liucura é uma cidade. O melhor a fazer é não se deixar entender por essa máquina idiota. Diga qualquer coisa. De preferência que não faça sentido. O melhor é falar o nome daquela cidade de 58 letras do País de Gales.
"Desculpe. Não entendi. Diga telefone comercial, telefone residencial ou outras informações."
Você balbucia mais alguma coisa, tipo "caralhosefodapiçanabucetadoseucu", o maior palavrão do mundo, que vocÊ aprendeu quando tinha doze anos.
"Aguarde um minuto. Estamos transferindo a sua ligação para um de nossos atendentes." A linha cai.
O site da Telefonica não dispõe de todas as cidades.
Então, você pega o telefone e, com muito, muito medo, disca 1, 0 e 2. Uma senhora simpática fala com você, mas não te responde. O ouvido eletrônico só está disponível quando ela pára de falar.
"Diga Outras informações DDD ou DDI." E você diz "Outras informações DDD ou DDI."
"Diga o nome da cidade." Vem a primeira dúvida. Você pensa: "a cidade que eu estou ou a cidade que eu quero o ddd?" e fala "São Paulo."
Aí, a estúpida fala, duas vezes, "O DDD de São Paulo é. Onze. Agradecemos a sua ligação. Para outras informações, ligue 103" Sinal de ocupado.
Já que você chegou neste ponto, não custa tentar. Tira o tel do gancho e 1,0 e 3.
"Disque 1,0,3 mais o código da operadora que você deseja consultar." Sinal de ocupado. Aí você se pergunta quem pode ter um desejo tão esdrúxulo como este?
O telefone sai do gancho pela terceira vez. Com uma certa energia, a ponto de as pontas dos dedos esbranquiçarem a cada pressão nos 1, 0, 3, 1 e 5.
"Digite 1 se você é assinante ou 2 se você não possui linha." Você não é assinante. "Digite 1 para pedir sua linha, 2 para pedir orelhão, 3 para conserto de orelhão." A boca profere palavrões, sem serem chamados, como o pum de um bebê.
Os dedos já entortam e o que era apenas um esbranquiçamento se torna uma gangrena. Agora eu vou no dois. "Digite o número do telefone a ser consultado, com o DDD." E você digita o número da redação. "Digite o CPF do assinante." Você não é assinante. Não sabe o CPF do seu chefe e nem quer saber. 0***###55500###. Pausa. Longa pausa.
"Número inválido. Desculpe, não podemos ajudar." Sinal de ocupado.
Você já está puto da vida. 1, 0 e 2. Agora com um corte e um fratura na falange do indicador.
"Seja bem-vindo. Diga telefone comercial, telefone residencial ou outras informações."
Você só quer falar com alguém. As máquinas não sabem onde fica Liucura, não sabem como procurar o DDD de Liucura, nem sabem que Liucura é uma cidade. O melhor a fazer é não se deixar entender por essa máquina idiota. Diga qualquer coisa. De preferência que não faça sentido. O melhor é falar o nome daquela cidade de 58 letras do País de Gales.
"Desculpe. Não entendi. Diga telefone comercial, telefone residencial ou outras informações."
Você balbucia mais alguma coisa, tipo "caralhosefodapiçanabucetadoseucu", o maior palavrão do mundo, que vocÊ aprendeu quando tinha doze anos.
"Aguarde um minuto. Estamos transferindo a sua ligação para um de nossos atendentes." A linha cai.
sexta-feira, 5 de maio de 2006
quinta-feira, 4 de maio de 2006
Mulher de Tenente
O presidente Didi Mocó, aquele, tá parecendo suburbana que foi embolachada pelo marido e, com a cara mapeada de hematomas, diz pra comadre que caiu da escada: “...ah, isso aqui no olho? Né nada não, Dona Malvinha, o Damastor anda um pouco nervoso com a situação, sabe cumé... me dá uns batuque, vez em quando... mas eu entendo a soberania dele, sabe? Não quero radicalizar, né..."
Vai tomar na Bolivia!!
Taturana 1: E dizem que o Lula tá com problemas de gases*. Naquele lugar perto do Peru, sabe?
Taturana 2: Gases... Perto do perú... Sei! Na bunda, né?
*Copyright Taturana Pai.
Taturana 2: Gases... Perto do perú... Sei! Na bunda, né?
*Copyright Taturana Pai.
Ate tu Santus!
Onde é que fica Ipatinga, hein?
Cadê o tio Carlos pra comentar?
Só a-b-o-r-r-e-c-i-m-e-n-t-o...
Cadê o tio Carlos pra comentar?
Só a-b-o-r-r-e-c-i-m-e-n-t-o...