sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Manual de Renovação Para Condutores - Uma lição de vida





Eis aqui a primeira frase do Manual de Renovação Para Condutores:

"Vivemos, como na Guerra do Vietnã, por exemplo que perdurou durante muitos anos, e, computou um total de 50.000 mortes aproximadamente." (sic)

Fui obrigado a ler esta pérola da literatura educativa brasileira para renovar minha carteira de motorista. Como sou um cidadão CDF e um eterno curioso a respeito da burocracia brasileira, resolvi não fazer como todo mundo. Não paguei a ninguém para ter minha carteira sem precisar fazer o exame de renovação. Por causa dessa minha morbidez, tive que estudar o incrível "Manual de Renovação Para Condutores" (com voz de locutor e eco no final).
Durante essa aventura, não conseguia fazer nada exceto me perguntar quem foi o gênio que escreveu isso?
Fico procurando nos créditos os nomes de Graham Chapman, John Cleese, Terry Gilliam, Eric Idle, Terry Jones e Michael Palin. E então me deparo com o seguinte diagrama:



Um silvo breve: Atenção siga!
Dois silvos breves:
Pare!

Três silvos breves:
Acenda a lanterna!
Um silvo longo: Diminua a marcha
Um silvo longo e um breve: Trânsito impedido em todas as direções
Três silvos longos: Motoristas a Postos! (!!!???)

Eu não saberia o que fazer se ouvisse três silvos longos.

Nessa aventura descobri que uma via de trânsito rápido é "aquela caracterizada por acessos especiais com trânsito livre, sem interseções de nível, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível". (Entendeu, ô bagual?)
Também descobri que "as pessoas são diferentes das outras, por isso sentem, vêem e reagem de maneiras diversas. Tudo isso, porque cada um teve uma educação, vivência e cultura diferente. Sem contar também com a personalidade de cada um."
(Ahhh, Tá. Nunca tinha reparado nisso. Achei que os homens eram todos guais. Não é isso que diz a contituição?)
E mais! Descobri que "as frases mais faladas hoje em dia são:
-Estou atrasado
-Desculpe mas estou com pressa
-O meu sistema nervoso está abalado
-Estou estressado
-Cheguei atrasado porque peguei um enorme trânsito."

É daí pra baixo.

Certa vez alguém disse que para saber se a cozinha de um restaurante é limpa, você deve ir ao banheiro. Se ele estiver em ordem há uma grande chance da cozinha ser limpa. A lógica disso é: se o banheiro, que é algo que está a mostra, for sujo, a cozinha, que está mais escondida, também será.
Pois se o manual, que foi feito pra gente usar, é tosco assim, imagina como é a cozinha!

No fim do dia, antes de dormir, dou uma última olhada no manual para fazer a prova no dia seguinte e me deparo com esta ilustração:




Foi aí que eu tive certeza. Nossas leis e regras são mesmo escritas com a supervisão do Monty Python. Então eu virei e dormi.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

É Natal em "Studio 60 On The Sunset Strip"


Eu adoro episódios natalinos de séries de TV.

Trata-se de uma pequena falha na minha formação cultural, que eu finjo ser 100% agnóstica.

O caso é que o episódio de Natal de "Studio 60 On The Sunset Strip", que está sendo exibido pela Warner esta semana, é disparado o melhor episódio natalino de série de TV que eu já vi em minha longa tragetória de "baby boomer".

Sem pieguices. Sem sentimentalismos baratos. Absolutamente arrebatador.

Assistam, e vocês vão entender do que estou falando

Beijos, e um Feliz Natal para todos!

'

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Ta no inferno, abraça o Capeta


Ca estou eu de volta a esse templo do aborrecimento, e agora, bem mais leve. Finalmente expulsei a polpeta da Verbênia. Dona Verbênia é a cozinheira lá do trampo e sua polpeta foi a causadora de aborrecimentos imensuráveis. Detectei pelo menos mais dois níveis a serem incorporados na escala Milton. O primeiro, "Carái", corresponde ao dobro do nível máximo. O segundo é representado pela fórmula "#*@# . ∞3" (aborrecimento vezes infinito ao cubo), que pode ocasionar tanto a morte da vítima como a morte do agente causador do aborrecimento.
Os céticos farão pouco caso: "Imagina! Uma simples polpeta..." Oh, ingênuas mentes ocas de fé! Uma polpeta pode ser a porta de entrada para o inferno. As seqüelas são tão significativas que fazem deste post algo totalmente sem significância. Portanto, se não quiser perder tempo, pare de lê-lo agora. Vai assistir TV.
Bom, aberta a porta do inferno, por que não entrar, não é mesmo? Passos decididos, cara de macho e vambora.
- Tudo bem, seu Satã?
- Tudo bem, e você?
- Ah, não to legal não. Vim parar aqui no inferno. Pergunta meio idiota essa.
- Que é isso, rapaz? O inferno não é tão mal assim. Ele antecede a glória. Lembra daquele cabeludo que ficava dizendo pra todo mundo se amar, aquela pieguice toda que mais parecia livro de auto-ajuda? Pois é. Depois de dar uma passadinha aqui no inferno, não é que o danado subiu aos céus? E todo mundo paga pau pra ele.
- É, mas eu não entendo essa de glória. Glória não é só um anjo? Por quê todo mundo quer a Glória?
- Rapaz. A Glória verdadeira é uma gostosa que tu não faz idéia.
- E por que é que eu tenho que passar por aqui pra encontrá-la?
- Sei lá. Quem escreve as regras é aquele barbudo. Ta cheio de incompetente o universo. Fazer o quê?
- Então Ele existe?
- Não te culpo por não acreditar. O cara inventa cada coisa absurda.
- Pô, você até que é sensato. As pessoas te tratam muito mal lá em cima. Se eu falar, elas não vão acreditar.
- Pois é. Pra tu ver como é que são as coisas.
- Tá quente aqui. Será que eu já posso ver a Glória?
- Peraí. Gostei de tu. Fala um pouco mais.
- Falar do quê?
- Sei lá... Que que tu faz?
- Sou músico.
- Legal. Eu sabia tocar Lira. Mas achava meio boiola. Ainda não existia a guitarra elétrica. Acabei desistindo. Mas agora que eu já sei que tu é músico, pode ir lá ver a Glória.
- Legal, pra onde é que eu vou?
- É só atravessar aquela multidão ali.
- Que é que ta acontecendo?
- Show dos "Artistas Fogosos".
- Artistas Fogosos?
- É. Beto Barbosa, Luiz Caldas, Sidnei Magal e toda aquela turma da lambada.
- Não!!! Eu odeio lambada.
- Mas eles fazem umas releituras de outros ritmos.
- Cê tá me zoando?
- Ahahahahaha! To te zoando, mesmo. A Glória ta ali atrás daquele pé de jatobá.
- Que pé de jatobá?
- Zoeira. Ela tá atrás de você.
- Heim?
- Ahahahahahaha. Se fudeu. Achou que ela tava aí mesmo?
- Agora é sério. To ficando puto.
- Cê ta é ficando careca. Relaxa, amigão.
- Cadê a Glória? Cadê a Glória?
- Não vai dar piti aqui, carequinha.
- Pára de me chamar de careca. Meus cabelos só tão mudando de lugar.
- Que bonito você pensar assim.
- Pode tirar sarro. Eu sei onde eles estão. Ontem, fui dar banho na minha filha e vi vários fios do meu cabelo na xoxotinha dela.
- Jura? Que legal! Ta virando mocinha, né?
- Chega de papo furado. Cadê a Glória? Você disse que o inferno antecede a Glória.
- Tava zoando! Cê também acredita em tudo.

domingo, 23 de setembro de 2007

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Novidade do Ano



Vocês viram a grande novidade? A MTV agora tem um canal especial onde só passam clipes. A MTV2.
Porque não pensaram nisso antes?
Uma tv só de clipes...
Papagaios! O que virá depois, hein?

Quem não entendeu clique aqui

terça-feira, 18 de setembro de 2007

SALVADOR CACCIOLA

SOU DE OPINIÃO CONTRÁRIA À IDA DE TARSO GENRO A MONTE CARLO PARA EXTRADITAR O EX BANQUEIRO CACCIOLA. GASTAR RECURSOS DO TESSOURO (NOSSO) PARA EXTRADITAR UM LADRÃO, COM TANTOS QUE VIVEM IMPUNEMENTE NO NOSSO QUERIDO BRASIL? E AINDA, QUEM VAI FISCALIZAR ESTA COMITIVA NOS CASSINOS ? VAMOS FAZER UM ABAIXO ASSINADO; PRIMEIRO OS QUE AINDA ESTÃO AQUI !

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Lambe-Lambe


Pois eu ia deitar falação sobre a ação pusilânime e covarde do PT pra livrar o focinho do senador canalha, aquele. Vou não, mermão. É assunto mui vulgar pra um blogue dessa catiguria. Assim, como não tenho assunto e passo por uma longa temporada de vazio criativo, resolvi reproduzir uns retratinhos de alguns freqüentadores dessa casa que escrevi há tempos e achei perdido em velhos arquivos. Por mais aborrecidos que sejam os textos (não os amigos), é melhor do que ler ou escrever sobre o senado federal (caixa baixa neles), não?

A primeira vítima dessa conversa fiada é o meu velho amigo José Roberto Lisboa Jr., o Lisboa. Ou Juca, sei lá...


Lisboa – onde o melhor da ficção vira fato

Assim como na história da cidade homônima, vive na história e nas entranhas do nosso Lisboa (Juca?) um Marquês de Pombal sempre pronto para a reconstrução de suas vielas em ruínas. Já testemunhei várias reconstruções lisbonenses. Pra esse descendente de portuga com índio (o cara carrega consigo a gênese do Bananão, é mole?), a realidade – essa aí, miserável, que tanta gente leva a sério – não tem a menor importância. Esse cara tem um filtro que revela o real de um outro jeito. Pra alguns isso é loucura. E no caso do Lisboa (Juca?), é loucura mesmo. Sim, o sujeito é louco. É louco que conta com a proteção dos amigos. Também quase todos loucos, os amigos, é verdade. Poucos escapariam do manicômio.

Acontece que as quimeras do cara viram fatos quando ele passa adiante. Vou de exemplo: certa feita, numa madrugada lá dos anos 1970, tempos de exceção, Juca (Lisboa?) e eu, vindos de algum dilúvio etílico, fomos flagrados aliviando nossos xixis nas grades do antigo Cine Gonzaga por dois policiais nada gentis. Naquela ocasião eu invariavelmente empunhava um cavaquinho, pois, nunca se sabia quando viria a inspiração (nunca veio, a danada) para compor um grande samba.

O gorila chefe ordenou: “toca alguma coisa aí, ô moleque”. Trépido, toquei melhor do que o habitual. Os meganhas gostaram e, pra nossa surpresa, fomos liberados. Aí é que o “filtro” do Lisboa (Juca?) entra na história – ele conta entusiasmado pra meio mundo que naquele momento executei “Brasileirinho” sem errar uma nota. É mentira, mas ninguém acredita em mim. Porque o Juca (Lisboa?) tem o condão de transformar ficção em fato sem deixar o menor sinal de inverossimilhança.

Já passamos por maus momentos por não contermos gargalhadas de maluco em situações solenes – como num velório, só pra citar um exemplo. Às vezes é só uma questão de um gesto, um ridículo olhar písceo (huia! sempre quis usar “olhar písceo”) para destravar a zombaria. Um vexame.

Prometemos sempre às nossas mulheres que um dia amadureceremos. Elas, resignadas, fingem que acreditam.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Horta da Luzia III - O retorno




Por Tio Carlos, mas Caralho*


Esta se sucedeu com este que vos fala. A época era a mesma, anos 60. Quando eu estava de férias, para mamãe era um inferno. Que fazer com um insone de cinco anos e um pentelho de onze perguntando toda hora – que eu vou fazer agora?
Então, grande idéia, manda o mala para o escritório do papai, que era na Nove de Abril.
Depois de 1001 recomendações de mamãe eu apanhava o “elétrico” na praça que ficava na Major Sertório, entrava no coletivo, passava a roleta, sentava na frente e descia no ponto final numa praça enfrente ao “O Estado de São Paulo”, “quando o ônibus parar totalmente” recomendação de mamãe.
Durante o trajeto eu reparava que alguns homens desciam com o veículo em movimento, e depois de algum tempo tomei a decisão. “Claro, Carlos Antonio você também pode, por que não?”
No dia do evento mantive a rotina, roleta, banco da frente e reparando nos usuários que saltavam do coletivo. É certo que justamente naquele dia houve apenas um exemplo, mas eu me sentia preparado para missão. Pouco antes do ponto final, tomei posição no último degrau da escada e saltei. Meus caros, eu àquela época não tinha aulas de Física, tampouco havia ouvido falar sobre inércia e corpos em movimento etc.
O coletivo desenvolvia pouca velocidade é certo, mas o inerte aqui saltou e parou. Quer dizer parou o cérebro porque o corpo foi impulsionado em direção a uma árvore donde vim a bater solenemente o saco, e ajoelhei. Ajoelhei-me tal qual um penitente, suplicando a Deus que minha genitália não ficasse grudada em seu tronco.
Hoje a árvore ainda existe frondosa na praça onde já não pára o “elétrico”, e se você olhar atentamente do lado direito de quem vai para a Nove de Abril, lá no alto, perto de um nó, vai ver dois bagos tatuados em seu tronco.


*Tio Carlos, mas Caralho tentou postar esta história mas não conseguiu. Foi um aborrecimento atrás do outro, pelo que eu pude entender no e-mail que recebi:


"Puta queos pariu não consigo postar picas, bostas, xotas, porras NENHUMA nesta merda de Blog é só aborrecimento mesmo, CARALHO. Não aparece a lista do blog que eu participo, aí a explikeixon vem em inglês. Inglês é o cú da mãe. Ah!!! tinha uma opção em hebraico. Vão tomar no cú. Caralhos triplos. Tio Carlos mas caralho, muito puto. 7,8 na escala Milton."

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Salete Lemos é só aborrecimento


Não sei quanto a vocês, mas nessa última semana minha caixa de emails recebeu diversas mensagens idênticas chamando para um vídeo no YouTube que mostra a ex-comentarista econômica da TV Cultura Salete Lemos fazendo uma denúncia "quente como sorvete" sobre lucros ilegais obtidos pela Febraban na ocasião do Plano Bresser, vinte anos atrás.

Dizem ainda esses emails que essa denúncia teria irritado profundamente a Febraban, que por sua vez teria pressionado Paulo Markun, atual diretor de Jornalismo da TV Cultura, a demitir a jornalista em questão.

Pois bem: essa palhaça da Salete Lemos foi mandada embora da TV Cultura sim, mas não por causa desse "furo jornalístico" que ela deu com 20 anos de atraso. Ela, na verdade, estava para ser mandada embora a qualquer momento, junto com toda a velha equipe do Jornal do Bóris Casoy -- que havia sido admitida para renovar o jornalismo da TV Cultura em 2005, e não estava mais agradando a ninguém, nem à diretoria e nem ao público do jornalismo da emissora.

Um mês atrás, encumbiram o Paulo Markun, que estava recém-empossado como Diretor de Jornalismo da TV Cultura, de demitir essa gente toda que tinha vindo da Record, e usar seu prestígio pessoal para achar um jeito de trazer de volta todo o time de jornalistas que havia sido afastado então -- entre eles, craques como Heródoto Barbeiro.

Paulo Markun cumpriu à risca a incumbência que recebeu, e com isso velhos programas que haviam saído do ar em 2005 voltaram à grade da emissora de uma hora para outra, com os mesmos profissionais que os apresentavam antes. Com isso o Jornalismo da TV Cultura resgatou rapidamente a qualidade e a dignidade que tinha até então, que haviam se perdido com as mudanças feitas pelo pessoal que veio da Record. Okay, pode ter sido uma maneira meio lusitana de resolver a parada, admitindo na cara dura que tudo que havia sido implantado em 2005 simplesmente não funcionou. Mas serviu para acalmar os ânimos na Fundação Padre Anchieta. Ponto para Markun.

Pois bem, Dona Salete Lemos, malaca velha que é, sentiu que ia rodar em seu posto a qualquer momento e tratou de tirar da manga esse factóide de 20 anos atrás para tentar forçar sua demissão da emissora, e assim poder posar de "vítima da sua própria integridade profissional".

E conseguiu, um monte de gente caiu na conversa mole dela.

Só que, fazendo isso, ela jogou sujo com o público -- o seu público cativo, inclusive.

Quem a conhece, quem já trabalhou com ela, sabe que é uma profissional nada confiável, e de gabarito altamente duvidoso, tanto que não encontra espaço para trabalhar em nenhum telejornal de nenhuma outra emissora-- nem o Bóris quis saber dela no projeto da TV JB, que está ocupando o sinal da antiga Rede CNT.

A saída profissional para Salete Lemos, depois de tudo o que ela provocou, foi a mais cretina (e justa) possível: virou comentarista política e econômica no Programa da Hebe, que ostenta uma "envergadura moral" que dispensa comentários...

Mas o que mais impressiona nisso tudo é justamente a maneira como essa "demissão" de Salete Lemos mobilizou jornalistas, dividindo a classe entre os que apoiam as "arbitrariedades" cometidas por Paulo Markun e os que rejeitam o jornalismo sóbrio praticado pela TV Cultura. Vejam os diversos fóruns que surgiram de 2 semanas para cá no website Comunique-se, e vocês vão entender o que estou falando. Claro que dá para perceber no fomento diário dessa polêmica frouxa uma ponta vermelha de uma estrela bem conhecida de todos nós. É a cara deles.

Pois preparem-se: daqui até as eleições do ano que vem, essas baboseiras de bastidores serão uma constante nos meios jornalísticos, e o "jornalismo popular" que o Presidente Didi Mocó sonha em ver implantado nas TVs, públicas ou não, deve começar a tornar-se uma realidade, graças a iniciativas como essa, de pioneiros duvidosos como Dona Salete Lemos.

Como diz o Tutty Vasques (e o Jorge Bornhausen também): "Ô raça..."

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Sugestão de campainha.



Qualquer coisa para acabar com a prostração desse blog.