quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Los Taturanas: Alma Não Tem Cor


Bela composição de André Abujamra gravada pelo Karnak no seu primeiro disco. Essa é uma música que acompanha Los Taturanas desde o início. Eu diria até que pode ter sido a primeira música que nós ensaiamos juntos.
A gravação foi feita no começo do ano passado e ainda é uma pré-mixagem, mas bastante aceitável. Além dos Taturanas da família temos a participação do Cristiano Lima (aka Cris Lima) na batera, Edu Santana (aka Preda) no teclado e Lucas Espósito (aka Lucas Espósito) no baixo.
Algum(a) cris perguntou quem era Jorge Mautner ao comentar um post anterior. Essa canção responde parte da pergunta. Isto responde a outra.
Então vamos lá:
Alma Não Tem Cor mp3

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Informações e resoluções de ano novo

- Voltei de férias. Minha escala Milton de aborrecimento foi corrigida automaticamente para 1.5.
- Já mandei o convite para o Miranda, pro tio Juca e pro Armando. Só falta o Pado. Luigi, me manda a porra do e-mail.
- Agora nós temos um counter (ou contador para os mais xenófobos). Fica no final da coluna da direita de quem vai.
- Manterei minha meta de um texto por semana no mínimo, como no fim do ano passado.
- Vou colocar as músicas dos Taturanas no Rapidshare conforme prometido. Mas elas vão aos poucos, assim que forem ficando prontas.
- Não vou mais por o dedo no nariz. A não ser que ninguém esteja olhando.
- Só vou comer carne de porco, vaca, peixe, aves, mamíferos, insetos etc... As outras eu vou parar.
- Vou "aprender" a colocar aspas no lugar certo.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Aborrecimento Tamanho Familia


Você sabe que virou um pacato homem (quase) casado quando chega para sua -- eu prometi nunca mais usar este termo -- companheira e propõe a ela uma ida ao cinema.

Você então oferece a ela três opções bem qualificadas -- no caso deste final de semana, "O Perfume", "Caminho Para Guantânamo" e "Mais Estranho Que Ficção".

E todas são rejeitadas por ela, logo de imediato.

Em vez disso, ela lembra que viu no "Video Show" -- você também viu, mas tenta se fazer de desentendido -- que acaba de estrear o longa-metragem da "Grande Família".

E então você concorda em assistí-lo, só para não bancar o desagradável -- mesmo sabendo de antemão que o filme tem 99% de chances de ser um lixo.

(é o que dá ter visto tantos filmes ao longo dos últimos 35 anos, não existem mais surpresas, você sempre sabe de antemão quando vai se aborrecer numa sala de cinema)

Pois bem, assim que o filme acabou, confesso que fiquei triste.

Aqueles personagens, muito simpáticos no contexto do seriado, em episódios com 40 minutos de duração, ficaram terrivelmente duros e sem graça na tela grande, numa história com intermináveis 114 minutos. Culpa do Maurício Farias, um diretor inexpressivo, e do Cláudio Paiva, que errou a mão num roteiro confuso que mistura "O Dia Da Marmota", de Harold Ramis, com "Do Mundo Nada Se Leva", de Frank Capra, sem jamais chegar a lugar algum.

As gargalhadas, que brotam fácil na série de TV, custam a sair no filme. O elenco parece perdido, sem saber para onde ir, e sem sentir segurança da parte do diretor para poder desempenhar direito os seus papéis. Eu confesso que só consegui achar graça em algumas cenas de Marco Nanini fazendo Lineu bêbado. O que é muito pouco, Conheço alguns bêbados muito mais engraçados na vida real.

O caso é que existem regras não-escritas para as comédias de situação na TV americana que o pessoal da TV Globo insiste em não levar em consideração. Uma delas é: o que é TV, é TV, e o que é cinema, é cinema. Quando "Seinfeld" acabou, não pulou para a tela grande. "Mad About You' e "Third Rock From The Sun" também não. : Everybody Loves Raymond", "Becker" e "Will & Grace", menos ainda. Todos foram "cancelados", mas não morreram: ficaram eternizados em reprises sempre benvindas.

Mas para a Central Globo de Produções, quando um seriado acaba --e parece que "A Grande Família" vai acabar, Marco Nanini não aguenta mais fazer o Lineu, já encaminhou vários ultimatos para a direção da empresa --, ele precisa necessariamente pular para a tela grande, pois a TV Globo não tem o hábito salutar de abrir espaço em sua grade de programação para reprises de seus seriados clássicos.

Daí começa essa palhaçada de querer transpor para o cinema coisas que só fazem sentido na tela da TV. E mesmo depois de 2 filmes horrendos com o pessoal do Casseta e Planeta, um filme desastroso com Os Normais, e mais essa aventura inglória da Grande Família, tudo indica que eles devam continuar insistindo no filão. Ou seja, vem mais do mesmo por aí.

É muito aborrecida essa prepotência dos executivos da Globo em sempre afirmar que "nós fazemos o nosso público". Até porquê eles não estão errados em agir assim. Conhecem bem tanto o telespectador quanto o ""moviegoer" brasileiros. Segundo dados colhidos pela Luana -- ela mesma, a nossa Luana -- com alguns assessores de imprensa amigos dela, parece que "A Grande Família" está batendo recordes de bilheteria para um filme brasileiro na semana de estréia. O que significa que o filme deva engatar pelo menos mais 2 ou 3 semanas em cartaz.

Sendo assim, vocês tem, por baixo, uns 20 dias para tentar enrolar suas mulheres, caso elas tenham a mesma idéia que a minha teve. Inventem qualquer coisa. Mas fujam de "A Grande Família".

E não me agradeçam. Apenas cumpri meu dever de cidadão.

A GRANDE FAMÍLIA
(em cartaz nos melhores e nos piores cinemas do Brasil)
Cotação: 4.5 na Escala Milton de Aborrecimento

Teorias sobre a vida, o universo e tudo mais

1.) Por que eu sou Jorge Mautner?
Uma roupa branca, com o passar do tempo, vai encardindo e ficando preta. Já a roupa preta vai desbotando e ficando branca. Logo, no fundo, a longo prazo, dá no mesmo.

2.) Das posses e distribuição de renda
Existem dois tipos de pessoas no mundo: as que compram clips e as que têm clips.

3.) Do formato dos guarda-sóis
Deveriam, todos, ser quadrados. Assim é possível juntar vários para fazer sombra maior sem buracos no meio.

4.) Da medicina alternativa
Só existe uma cura para auto estima: tacar fogo na cara e apagar com uma marreta.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Sabe o cara? O cara não existe mais!


Apesar deste blog ser voltado para escritos originais de seus participantes, não resisti à tentação de reproduzir aqui um trecho da última coluna do Tutty Vasques para o NoMínimo.com, escrita pouco antes dele sair em férias.

It goes like this:

"...não existe mais no Brasil o “indivíduo que, por seu modo de viver e pensar, se opõe aos costumes, valores e idéias impostos”, conforme definição do mestre Houaiss para o uso informal do substantivo masculino “alternativo”. Sabe o cara? O cara não existe mais! O Brasil optou pela caretice. Escolhemos para padrão o bom comportamento, a aparência engomada, o discurso arrumadinho, o colarinho branco... Desde que os hippies viraram mendigos e a sociedade alternativa do Raul Seixas virou essa estranha forma de vida do Paulo Coelho, o Brasil vem extinguindo um tipo de cabeça delirante decidida a inventar um país. Não se faz mais Darcy Ribeiro. Nem Paulo Freire ou Francis, Nelson Rodrigues, Vinícius, Glauber, Diduche, Wally, Mussum e Zacharias. Estão acabando os João Gilberto, Armando Freitas Filho, Tom Zé, Boni, Pereio, Perfeito, Novos Baianos, Velha Guarda... O Brasil não dá mais ouvidos a gente que tem coragem de arriscar uma idéia diferente, uma maluquice."

sábado, 20 de janeiro de 2007

Pimentinha no cu dos outros é refresco


Falando em aborrecimentos, o Brasil comemora esta semana os 25 anos da morte de Elis Regina.

Comemora mesmo. Prá valer. Os viúvos e as viúvas de Elis -- assim como os fãs de Gonzaguinha e os fãs de Jessé -- adoram celebrar datas assim. E não negam fogo. Vão até o talo, cantando "Maria Maria" e "Como Nossos Pais" até o dia amanhecer, isso se a vizinhança não chamar a Polícia.

Antes de mais nada, eu queria deixar claro aqui que adoro Elizeth Cardoso, Silvia Telles, Dóris Monteiro, Claudette Soares, Nara Leão, Evinha, Joyce, Maria Bethânia e Gal Costa. E gosto moderadamente de alguns momentos da carreira de Elis Regina. Mas tenho um bode mortal dos últimos anos de sua carreira. Acho quase tudo que ela fez depois de "Elis e Tom" um horror, de uma chatice imperdoável. As excessões, gloriosas, são os discos de estúdio "Essa Mulher" e "Elis 1980" (recém reeditado pela Trama Discos em uma edição especial com um DVD adicional) e o fabuloso disco ao vivo "Ëlis In Montreux", onde divide a cena com o bruxo Hermeto Pascoal.

Aliás, qualquer pessoa que se case com um chato emplumado como o César Camargo Mariano, depois de casamentos mal resolvidos com pessoas tão interessantes quanto Ronaldo Bôscoli e Nelson Motta, só pode ser uma chata. Ninguém se casa com César Mariano impunemente. E Elis, além de tudo, era hiperativa. Ou seja, devia ser uma criatura insuportável.

De alguma maneira, acho que a morte lhe fez bem.

A carreira de Elis estava numa bela roubada, e ela numa tremenda encruzilhada, em 1982.

Na dúvida entre consumar uma parceria musical com Wayne Shorter em Los Angeles -- imaginem o que poderia ser um "Native Dancer Vol. 2" com o casal -- e fazer um disco bem pop e bem comercial aqui no Brasil, com arranjos do intragável (e merecidamente esquecido) Lincoln Olivetti, ela preferiu subir no muro e lançar um compacto -- ainda haviam compactos na época -- com uma versão em português para um bolerão bem lugar comum do Armando Manzanero. E morreu logo a seguir.

Tenho certeza que, se tivesse sobrevivido à OD que a tirou de cena, Elis daria um perdido para cima de Wayne Shorter, e acabaria gravando o tal disco com o Lincoln Olivetti, por pressão de sua nova gravadora, a Som Livre -- escolhida a dedo por ela, difícil imaginar uma gravadora mais problemática operando na época. O "comandante" João Araújo não tinha o menor interesse em discos difíceis na ocasião, e já havia enviado a Elis toques pouco sutis, do tipo "vai entregar esse disco ou não vai, porra?".

Na verdade, o disco não saía porquê Elis não sabia sequer por onde começar. Estava desorientada, e assustada por ter que trabalhar com novos arranjadores depois de tantos anos tendo "o seu arranjador" dentro de sua própria casa.

O caso é que se ela fizesse os discos que a Som Livre queria dela, sua carreira iria acabar patinando em falso por um bom tempo -- assim como aconteceu com Rita Lee, também contratada da Som Livre --, até conseguir encontrar uma sonoridade pop moderna à qual pudesse se adequar, e que não fosse rejeitada por sua legião de admiradores fiéis -- aquele séquito habitual de bichas e solteironas esquerdofrênicas insuportáveis, que todos nós conhecemos.

Elis -- ou melhor, o ego gigantesco de Elis -- adorava esse segmento de seu público.

Eram justamente eles que desmereciam o passado de Elis Regina como sambista ao lado do glorioso Jair Rodrigues, e que torciam o nariz para os ótimos discos "não-engajados" gravados na virada dos 60 para o 70 -- "Em Pleno Verão" e "Elis" --, com produção de Nelson Motta, arranjos do viadésimo maestro Erlon Chaves (da Banda Veneno), seguindo o modelo de discos muito marcantes da época, como "Young Gifted & Black", de Aretha Franklin e "Dusty In Memphis", de Dusty Springfield.

Dizem as más línguas que Elis deu um pé na bunda de Nelson Motta porquê não aguentava mais cantar lá no alto o tempo todo, como uma cantora soul. Queria poder modular mais a voz, como uma cantora de jazz. Nelson não concordava. Queria fazer dela a maior cantora pop do Brasil. Mas então César Mariano entrou em cena e se habilitou a fornecer a moldura musical para a virada que ela queria promover em sua carreira. Andre Midani -- na época, presidente da Phillips -- deu o seu aval, e o resto é história.

Uma história que a cada ano foi ficando mais e mais aborrecida.

Tão aborrecida que consegue resistir 25 anos depois da morte de sua personagem principal.

É por conta disso que qualquer menção ao nome Elis Regina nesses últimos dias tem provocado na minha pessoa incômodos na faixa de 3.5 graus na Escala Milton. Se calhar de alguém balbuciar o nome Regina Echeverria, a irritação pode subir para 5 graus na Escala Milton. E se algum incauto ainda fizer alguma menção à "arte" de Elifas Andreatto: 7.5 graus da Escala Milton --o que justifica inclusive abater com tiros de escopeta o "infelis".

(Peço desculpas pelo trocadilho, mas foi irresistível)

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OS PIORES DISCOS DE ELIS REGINA
(cotados com a Escala Milton de Aborrecimento)
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FALSO BRILHANTE (1976) - 5.5 Graus
Qualquer disco que tenha como ponto de partida um espetáculo teatral não costuma funcionar direito. Este aqui não é excessão à regra. A tentativa de Elis em gravar um disco mezzo-musical off-Broadway, mezzo-rock & roll foi absolutamente frustrada pela pretenção de fazer dele um "statement" para toda uma geração. É um dos trabalhos mais datados de Elis Regina. O tom da banda está errado do princípio ao fim, graças aos arranjos equivocados de César Mariano. Apesar de horrendo, "Falso Brilhante" foi um grande sucesso de vendas, e vende bem até hoje. Vai entender...

ELIS (1977) - 6.0 Graus
Um lixo esse disco. Chato de doer da primeira à última faixa. Elis estava grávida de Maria Rita quando o gravou, o que talvez explique o porquê de Maria Rita ser daquele jeito.

TRANSVERSAL DO TEMPO (1978) - 7.0 Graus
Um dos discos ao vivo mais irritantes de todos os tempos. Repertório engagée, banda tocando mal, som embolado, e Elis se esgoelando ao microfone. Um tédio só.

SAUDADES DO BRASIL (1979) - 7.5 Graus
Outro disco ao vivo, mesclado com faixas de estúdio. Quem dá o tom é Ivan Lins, Milton Nascimento e Gonzaguinha, em números perfeitos para quem sofre de prisão de ventre. Basta Elis soltar a sua voz e...SEUS PROBLEMAS ACABARAM!

O TREM AZUL (1982) - 8.0 Graus
Esse disco só foi lançado porquê o irmão de Elis quis fazer uma grana fácil e vendeu esses masters para a Som Livre. Gravado ao vivo, acho que no antigo Palace. Muito chato, e extremamente mal gravado.

LUZ DE ESTRELAS (1984) - 8.0 Graus
Outra putaria do irmão de Elis. Empurrou para a Som Livre algumas gravações demo que haviam sobrado, e o João Araújo teve a brilhante idéia de chamar Robson Jorge e Lincoln Olivetti para gravar novas bases e depois encaixar a voz de Elis sobre elas. O resultado é que pela primeira vez na história da música popular brasileira, César Camargo Mariano fez alguma falta. Muito ruim.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Três Resoluções de Ano Novo Para o Blogue

1 - Não passar mais de dois dias sem novo post;

2 - Convocar dois novos canalhas, o Armandinho Catunda e o Pado Levi, para participar dessa nossa (não! eu não posso escrever isso! Não! Nããão!) babel de idéias (pronto, escrevi);

3 - Escala Milton de Aborrecimento

Acho que deveríamos criar um medidor de aborrecimentos. Minha sugestão é a de que seguíssemos mais ou menos os critérios da escala Richter para os terremotos. E uma vez que o bordão É SÓ ABORRECIMENTO é obra de nosso querido tio taturana Milton Marnoto, nada mais justo que homenageemos o criador da pérola.

A Escala Milton de Aborrecimento, assim como a Richter, acusa aborrecimentos a partir do grau 3.5 e não tem limite máximo – embora estudos comprovem que seres humanos normais (os neuróticos) raramente suportem níveis acima de 8 graus da Escala Milton sem furar seus próprios olhos ou ferir alguém com objetos pontiagudos.

Aborrecimentos de grau 3.5 incomodam, mas são comumente controlados:

Sinais de trânsito que nunca abrem
Elevadores que nunca chegam
Garçons que nunca atendem
Sabiás cantadores repetindo seu cantochão numa manhã de ressaca
Tampinha de pasta de dente que cai no ralinho da pia
Gente que simula um telefonema usando o polegar e o mindinho
Vergonha alheia (aquele sentimento de profunda ojeriza diante de um momento patético de outra pessoa)
CDs da Marisa Monte
Outros (muitos outros)

É bom observar que dependendo do tempo de exposição diante dessas aporrinhações aparentemente comezinhas, o nível de aborrecimento pode oscilar de 3.5 para graus mais elevados.

Um bom exemplo dessa oscilação me acorreu em Camburí durante as férias. Uma dupla de sujeitos estilo Itaim, (bombadinhos, caras de mal), passou saltitante por mim e me tirou a atenção da leitura quando um dos tipos mandou essa: “cara, essa peteca é um pouco pesada, machuca a mão”. Peteca? Que machuca a mão?

Pois é, vejam vocês. Saber que tem alguém jogando peteca na mesma praia que eu freqüento já não é lá muito confortável (grau 3.5 ). Daí que, pra coroar minha vergonha alheia, um dos caras sacou da sunga umas luvas cirúrgicas, vestiu-as com precisão idem, e deu início à peleja, graciosamente (grau 5). Antes que meu nível de aborrecimento atingisse os quase insuportáveis 6 graus, mudei de posição, tirei os petequeiros de meu campo de visão e voltei à leitura.

Tamburilar com os dedos, balançar freneticamente uma das pernas no sentido vertical, olhar impacientemente em volta e proferir dois ou três palavrões (especialmente “putaquepariu!, caralho!”) são os sinais mais comum de que a pessoa está passando dos 3,5 da Escala Milton para graus mais elevados.

De 3.5 a 6.0 graus

Podem ser destrutivos e causam alguns danos no cérebro e na alma:

Feng Shui
Gabriel Chalita
PSDB & PFL
Goiânia
Folclore
Teatro infantil
Teatro
Psicólogos
Culto aos 80’s
Itaim
Jornalistas
Hugo Chaves
Evo Morales
Acadêmicos
Celebridades
Trânsito de São Paulo
Pessoas que falam e comem durante a sessão de cinema

De 6.0 a 8.0

Causam danos sérios e irreparáveis em áreas maiores do cérebro podendo levar até a um AVC.

Brasilidade
Pregadores Evangélicos
Politicamente corretos
Lula (o presidente acéfalo, não o molusco cefalóide).
Duplas Sertanejas
Boçalidade petista

... e por aí vai. É só completar a lista.

De Volta

Férias. Foi a boa desculpa que o Filipe deu em nome de todos. Embora não tivéssemos combinado, tiramos um tempo de descanso (de que? – pergunto eu, antes que algum engraçadinho o faça). Mas - alvíssaras! -, na nossa ausência, o nosso grande estreante Chico Marx fez as honras da casa.

Acontece que os meses que antecedem e atravessam as festas de fim de ano são tempos de libações, excessos desmedidos, e ninguém consegue escrever nada depois de tanta dissolução física e moral.

Cá estamos, pois, de volta a São Paulo, começando o ano com um buraco de oitenta metros de diâmetro, aqui, bem pertinho de casa...e outro, muito parecido, na minha conta bancária.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Com vocês, o programa de entrevistas mais inofensivo da TV brasileira


Eu não sei quanto a vocês, mas eu fui abençoado com uma (futura) sogra carola.

E foi por conta dessa benção duvidosa que tive a chance de conhecer o programa mais surreal -- e talvez o mais engraçado -- da TV brasileira: "Prazer Em Conhecê-lo', que vai ao ar pela Rede Vida todo domingo à noite, por volta das 10 e meia. É apresentado por Brancato Jr, um santista de aproximadamente 80 anos que frequenta a Igreja do Embaré e é um dos poucos pioneiros da TV brasileira ainda vivos.

Depois de muitos e muitos anos produzindo programas de TV de alto gabarito, que provavelmente não lhe agradavam, Brancato Jr. conseguiu finalmente realizar o seu sonho: comandar uma espécie de "Pinga Fogo" ou "Quem Tem Medo Da Verdade" -- dois programas clássicos onde vários carrascos encurralavam um coitado semanal com perguntas sempre demolidoras --, só que totalmente às avessas.

Eu explico. O programa de Brancato não pretende ser incisivo nem curioso, investigativo ou desagradável. Ao contrário, é sempre "muito respeitoso" com os entrevistados. Com o suporte de um time de entrevistadores inacreditável -- seus dois filhos bocós e mais um casal de amigos aparentemente lobotomizados, que morrem de medo de fazer perguntas aos entrevistados -- , Brancato "comanda o show" fazendo uso de um tom pastoral totalmente inadequado a um programa de entrevistas, que acaba gerando climaxes pueris e pequenas pérolas do rídiculo.

Para dar um exemplo, numa recente entrevista com a cantora Martinha -- sim Luigi, ela mesma! --, Brancato Jr. perguntou, com expressão bem grave, no momento mais contudente do programa: "Martinha, alguma vez você já disse o nome do Senhor em vão?"

Num outro domingo, entrevistando o presidente da OAB, o filho almofadinha apalermado do Brancato Jr. mandou essa: "O Sr. confia mais na Justiça dos Homens ou na Justiça de Deus?"

Teve ainda uma entrevista com a jornalista Salete Lemos, da TV Cultura, em que ela descreveu os barracos que costumava promover com seu ex-marido pouco antes da separação. Enquanto Salete falava pelos cotovelos -- ela é um exu de carteirinha, louca varrida, um pequeno detalhe que deve ter escapado à produção de programa -- , as câmeras mostravam Brancato e sua turma flagrados em expressões catatônicas diante do "relato mundano" que ela disparava para o "pacato telespectador da Rede Vida". Assim que Salete terminou de falar, a filha de Brancato deu um sorriso amarelo para ela e tentou mudar de assunto, perguntando: "Qual é a sua cor favorita?"

E tem muito, muito mais. Toda semana "Prazer em Conhecê-lo" produz momentos divertidíssimos. É entretenimento de primeira. Vale a pena conferir. Eu sempre assisto às gargalhadas.

Rio tanto que, de uns domingos para cá, minha (futura) sogra deu para assistir sozinha na TV do quarto dela, bem longe deste blasfemador.

PS:Tentei achar na web material visual sobre "Prazer Em Conhecê-lo", mas sintomaticamente não existe nada por lá. Faz sentido, o público alvo do programa é sexagenário ou septuagenário, e deve ter urticária a computadores. Então postei a foto do Dana Carvey fazendo a Church Lady -- que podia ser qualquer coisa, menos inofensiva -- no "Saturday Night Live" em homenagem à minha (futura) sogra. Pena que ela não vá entender a piada.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Férias


Estou de férias e por isso não vou escrev...
Ops... Se eu continuar, esse post vira um paradoxo.

QUE MERDA



Estou vivendo um processo de mudança de cheiro. A gente muda de cheiro algumas vezes durante a vida. Eu não estou falando de quando se está suado ou depois daquele banho social e ecologicamente incorreto de duas horas. Estou falando do cheiro que nos caracteriza mesmo, e que a gente troca assim como as cobras trocam de pele.
Quando bebê, talvez eu tivesse cheiro de “Higiapele” com “Hipoglós” e cocô. Quando criança, eu, com certeza, tinha algum cheiro que me identificava, mas não me lembro. A minha adolescência foi bem enjoativa. Eu cheirava a “Musk” (desodorante da “Axe”... horrível!) e “Halls” de cereja. Tenho vontade de vomitar só de lembrar. Aí veio a Bruna, logo depois da adolescência (ou durante, não sei) e eu fiquei com cheiro de cocô de novo, agora misturado com “Lencinhos Umedecidos”, Fraldas “Pampers” e pomadinhas diversas. Tive a fase de cheirar a álcool e xixi, quando meu pai fazia diálise peritonial. Depois que ele se foi, fiquei um tempo sem cheiro nenhum. Aos poucos, fui percebendo o cigarro misturado com o mofo nas minhas roupas. Na verdade, minha filha sempre percebia quando eu chegava em casa. Era a catinga do estúdio onde eu ainda trabalho. Compreendo todas as vezes que minha mulher se manteve o mais longe possível de mim à noite.
Bom, o fato é que agora, mais uma vez, estou trocando de cheiro. O “Papai Noel” resolveu dar um cachorrinho pra minha filha. Dá pra imaginar, né? Que merda!

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Um titulo bem bacana para uma balada country sobre bebedeiras


THE BEER I HAD FOR BREAKFAST (IS COMING BACK FOR LUNCH)

Traduzindo; A CERVEJA QUE TOMEI NO CAFÉ DA MANHÃ (ESTÁ VOLTANDO PARA O ALMOÇO)

Ela foi encomendada para compor a trilha sonora do filme "Brokeback Mountain 2 - De Volta Pro Armário", que trata de alcoolismo, espancamentos em bares de beira de estrada e muita psicanálise reichiana aplicada em cowboys confusos...no elenco: Chris O'Donnell, Rupert Everett e ainda Keanu Reeves interpretando Rock Hudson em cenas engraçadíssimas de rodeio gay gravadas nos quartos dos pacientes do Betty Ford Center -- imaginem isso como um daqueles teasers radiofônicos dos filmes que eram exibidos na Unidade MASH, que o Radar O'Reilly criava para anunciar no alto-falante do acampamento.

Bom agora falta só compor a canção.

Estou procurando um parceiro (ôpa!).

Alguém aí se habilita?

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Pintos (ou Demorei, Mas Cheguei)


Sou eu, Chiquinho.

Não estranhem meu nick, Manuel Mann.

Ele foi inspirado naquela clássica piada do turista português que chega a Berlin, pega um táxi dirigido por um motorista português, e os dois ficam impressionados por estarem "falando alemão tão bem".

Manuel Mann pode ser também o filho do filho viadinho do Thomas Mann -- o que escreveu "Mephisto", estou com preguiça de checar o nome na Wikipedia -- com uma portuguesa bigoduda que ele julgava ser um rapagão.

Bom, sendo assim, gostaria de iniciar as colaborações de Manuel Mann para com este simpático blog quase familiar (da qual me orgulho de ser uma espécie de membro honorário) com uma pequena reflexão que me veio à mente ao preparar um refogado com 2 quilos de camarão neste final de ano.

Como todos sabem, dois quilos de camarão "in natura" chegam a ocupar quase todo o interior de uma panela de 5 litros. Mas depois de alguns (poucos) minutos, encolhem de forma assustadora, ficando reduzidos àquela pujança nipônica que todos nós conhecemos muito bem -- eu não, claro, mas muitos de nós sim.

Pois bem, enquanto eu via o processo criminoso de miniaturização daqueles dois quilos de camarão, lembrei de um depoimento do saudoso Raul Cortez concedido à revista Careta, do Tarso de Castro, no início dos anos 80. Perguntado por Tarso se tinha algum problema em ficar pelado no palco, Raul disse que não. Mas reforçou que jamais cometeria novamente o desatino de fazer isso no Inverno de São Paulo, como na peça "Explode Coração", de Oduvaldo Vianna Filho. Segundo Raul, foi uma temporada muito embaraçosa e muito constrangedora...

E é por essas e outras que o Japão é o único império que se escreve com letra minúscula!

PS: Só contei essa historinha porquê só estavam falando de pintos por aqui, e eu não sabia direito por onde começar.